inaugurou o primeiro trecho da estrada de Curralinho a Diamantina. A esses
atos, cuja importância para o desenvolvimento econômico de uma futura a zona,
é desnecessário exaltar, esteve presente o emérito titular da pasta da Viação,
Dr. Francisco Sá, nosso ilustre coestaduano, a quem deve Minas relevantes
serviços.
Ao mesmo tempo em que a extensa e fértil região norte-mineiro vai
conquistando este poderoso fator de progresso, as demais zonas do Estado
veem aumentar animadoramente a extensão de suas linhas férreas: as
diferentes estradas — Oeste de Minas, Goiás, Leopoldina, Victoria a Diamantina
e a Rede Sul-Mineira (constituída da fusão das antigas Sapucahy, Minas e Rio e
Muzambinho), distendem-se pelo nosso território em prolongamentos e ramais
e vão, destarte, construindo solidamente uma das principais bases da nossa
grandeza futura. Em 1908, a extensão em tráfego das linhas férreas no Estado
era de 4.216,76km.
Em 1909, grande foi o impulso, como disse, que tiveram os trabalhos de
construções de ramais e prolongamentos. Ao tráfego foram entregues mais
70km da E. F. da Victoria a Diamantina, com a inauguração, a 31 de dezembro,
da Estação de Derrubadinha, no quilômetro 345. Com a inauguração da Estação
de Pirapora, da E. F. Central do Brasil, subirá a 953,92km a extensão em tráfego
desta estrada, no Estado, além de muitos quilômetros já construídos do ramal
de Sant’Anna de Ferros. Os trabalhos do ramal de Curralinho a Diamantina
estão sendo atacados ativamente, tendo sido inaugurado, a 27 de maio último, o
primeiro trecho até Roça do Brejo com 22,490 km de extensão. Na E. F. Goiás
foi também entregue ao tráfego o trecho de Porto Real a Bambuí. Na rede sul-
mineira de estradas de ferro federais brasileiras prosseguem igualmente com
bastante atividade os serviços de ligação da segunda secção da 15. F. Sapucahy,
hoje incorporada à Rede, seção compreendida entre Baependi e a cidade de
Barra do Pirahy, no Estado do Rio de Janeiro; e se acha adiantada a fatura do
ramal de Piranguinho a S. José do Paraíso. Na Leopoldina Railway estão se
fazendo as obras do prolongamento da linha de Santa Luzia do Carangola a
Manhuaçu, com a extensão de 120,100 km e a linha que, deste prolongamento,
vai ter à fronteira do Estado do Espírito Santo, com um total de 14,800 km.
Tiveram também início, conforme comunicação feita pela Companhia, os
trabalhos da linha de Ponte Nova, em direção ao município de Manhuaçu,
constituindo estes últimos prolongamentos da E. F. Leopoldina objeto do
contrato de 22 de fevereiro de 1908. Finalmente, estão bastante desenvolvidos
os serviços do ramal para a cidade de Mar de Espanha, contratados com a
mesma companhia pelo Governo. Prosseguem vigorosamente os trabalhos de
construção da linha da E. F. Oeste de Minas, destinada a ligar esta Capital à
Estação de Henrique Galvão, devendo até fins de julho vindouro ficar concluída
uma seção com o percurso de 80 km, achando-se o restante da mesma linha
com um total de 76 km com as obras d’arte e serviços de terra muito
adiantados. (ANAIS DO SENADO MINEIRO, 1910, p. 28-31, grifo nosso).
Estrategicamente, a administração pública procurava interligar todas as zonas
mineiras, dinamizando assim o comércio entre elas e entre o estado e os estados
vizinhos. Destacamos que, em detrimento às outras regiões que já contavam com ramais
ferroviários em constante expansão, a região norte de Minas Gerais deveria ter em suas
terras cada vez mais ramais ferroviários que, na interpretação dos políticos mineiros,
serviriam para auxiliar o desenvolvimento econômico e social dessa região e aprimorar o
aproveitamento de suas potencialidades econômicas. Havia, portanto, na concepção dos
políticos mineiros, um importante papel desempenhado pelas locomotivas que era
articular as políticas agrícolas e industriais à ocupação de todo o território mineiro por
meio do transporte ferroviário. Porém, apesar das expectativas sobre o potencial
desenvolvimentista que a ferrovia representava, o custeio desse projeto causava perdas