João Antônio – o escritor em formação em Malagueta, Perus e Bacanaço
Palavras-chave:
João Antônio, “Busca”, Narrativa poética, Conto poéticoResumo
No início do século XX, assiste-se no país a um êxodo rural que aumenta os problemas das cidades. Tudo isso se oferece como tema de inspiração para o mundo literário, o qual busca dar a conhecer as injustiças e a falta de interesse dispensada àquela parcela da população pobre, formada por classes populares marginalizadas, oriunda desse êxodo rural para as cidades. João Antônio (1937-1996) será conhecido mais tarde, após a publicação de seu primeiro livro, Malagueta, Perus e Bacanaço (1963), entre os escritores ditos periféricos, e objetiva assumir a fala, a produção de seu próprio discurso, em tom confessional, que desenvolveu tendo nascido na periferia de São Paulo, em Presidente Altino. Neste escrito, analisamos um dos contos do primeiro livro, premiado, Malagueta, intitulado “Busca”, no qual apontaremos em um texto curto, João Antônio utilizando os procedimentos de um gênero híbrido, denominado récit poétique [narrativa poética] pelo autor francês Jean-Yves Tadié, no qual reconhecemos o projeto de criação literária em formação nesse momento inicial da produção de seu discurso, em tom confessional, que permanecerá uma de suas marcas.
Referências
AGUIAR, Flávio. Um escritor na República das Burundangas. Jornal Movimento, p. 26, 14 jul. 1975.
ANTÕNIO, João. Malagueta, Perus e Bacanaço. São Paulo: Editora 34, 2020.
BARBOSA, João Alexandre. João Antônio: a prosa de uma consciência. O Estado de S.Paulo, ano 16, n. 833, 24 ago.1996.
FERREZ. Literatura marginal: talentos da escrita periférica. São Paulo: Agir, 2005.
TADIÉ, J.-Y. Le récit poétique. Paris: PUF, 1978.
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