Manoel Santiago vai a Paris

Centro-periferia na pintura de um artista amazonense (déc. 1920)

Autores

  • João Augusto Silva Neto UFPA

Palavras-chave:

centro-periferia, Manoel Santiago, pintura, índios, arte marajoara, Rio de Janeiro, Paris

Resumo

 Em 1928, Manoel Santiago viajou a Paris para seguir seus estudos sobre arte. A capital francesa foi um importante centro de arte que tinha papel preponderante na formação dos artistas brasileiros, além de ser um espaço de experiências e inovações artistas que dinamizava o mundo das artes. A visita de Santiago a Paris, nesse sentido, revela um fluxo de linguagens visuais ocorrido entre Brasil (Rio de Janeiro) e Paris desde pelo menos o século XIX. Neste artigo, pretende-se analisar o lugar do centro artístico de Paris na arte brasileira e investigar a participação e o diálogo empreendido por Manoel Santiago na construção de uma linguagem visual advindo do Brasil/Amazônia/Rio de Janeiro dentro de uma perspectiva centro-periferia.

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Publicado

2018-12-20

Como Citar

SILVA NETO, João Augusto. Manoel Santiago vai a Paris: Centro-periferia na pintura de um artista amazonense (déc. 1920). Faces da História, [S. l.], v. 5, n. 2, p. 64–84, 2018. Disponível em: https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/1136. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos para Dossiê