A ressurreição de Vitorino Carneiro da Cunha

humor e ironia na obra de José Lins do Rego

Autores

  • Luís Felipe Gonçalves do Nascimento Universidade Federal da Paraíba

Palavras-chave:

José Lins do Rego, Vitorino Carneiro da Cunha, Tradição

Resumo

Este artigo foi escrito na perspectiva historiográfica que entende o humor, em uma de suas possibilidades de manifestação, como reação à estrutura social. Buscou-se representar a criação de Vitorino Carneiro da Cunha, personagem de José Lins do Rego, como uma provocação irônica a enquadramentos generalizantes, identificados na crítica literária acerca de seu romance. A tradição oligárquica foi vivida, representada e ironizada por José Lins do Rego e ainda assim não o limitou a falar, em sua carreira de romancista, apenas dela. No intuito de situar o lugar de fala de José Lins do Rego, apresentou-se o projeto do regionalismo nordestino como uma manifestação do modernismo emancipada daquela iniciada em São Paulo, com a Semana de Arte Moderna.

Biografia do Autor

Luís Felipe Gonçalves do Nascimento, Universidade Federal da Paraíba

Graduado e mestre em História pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). João Pessoa-PB. Professor da rede privada do município de João Pessoa.

Referências

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Tradução de Yara Frateschi Vieira. 7. ed. São Paulo: Hucitec, 1987.

BRAGA-PINTO, César. De Pureza (1937) a Pureza (1940) – José Lins do Rego e o cinema de Chianca de Garcia. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 70, p. 249-269, ago. 2018.

CANDIDO, Antonio. Brigada Ligeira. Brigada Ligeira e Outros Escritos. São Paulo: Editora Unesp, 1992. (p. 11–117).

CHARTIER, Roger; CAVALLO, Guglielmo. (Org.) Introdução. História da leitura no mundo ocidental 1. São Paulo: Ática, 1998. p. 5 – 40.

FRANCO, Afonso Arinos de Melo. O Espelho das Águas. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. In.: COUTINHO, Eduardo F. (Org.) José Lins do Rego. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991. (Coleção Fortuna Crítica, 7). p. 127-132.

FREYRE, Fernando de Mello. O Movimento Regionalista e Tradicionalista e a Seu Modo Também Modernista - Algumas Considerações. Cl & Tróp., Recife, 5(2), p.175-188, jul./dez. 1977. Disponível em: https://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/184/95 Acesso em: 01 ago. 2020

LUKÁCS, Georg. A teoria do romance: um ensaio histórico filosófico sobre as formas da grande épica I; tradução, posfácio e notas de José Marcos Mariani de Macedo. Ed. 34. São Paulo: Duas Cidades, 2000.

REGO, Pedro Gabriel Vanderlei Heráclio do. Inconsciente político e coronelismo: ciclo da cana-de-açúcar, de José Lins do Rego. Recife: Editora, 2016.

SALIBA, Elias Thomé. História Cultural Do Humor: Balanço Provisório E Perspectivas De Pesquisas. Revista de História. São Paulo, n.176, a01017, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rh/n176/2316-9141-rh-a01017.pdf. Acesso em: 28 jul. 2020.

SANTOS, Robson dos. Cultura e tradição em Gilberto Freyre: esboço de interpretação do Manifesto regionalista. Soc. e Cult., Goiânia, v. 14, n. 2, p. 399-408, jul./dez. 2011. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/703/70322141013. Acesso em: 10 ago. 2020

SILVA. Ezequiel Gomes da. O Cocho da Municipalidade: Uma Análise do Romance Fogo Morto, de José Lins Do Rego. Olho d´água, São José do Rio Preto, 2(1), p. 1-157, 2010. Disponível em: http://www.olhodagua.ibilce.unesp.br/index.php/Olhodagua/article/viewFile/42/55 Acesso em: 19 ago. 2020.

SOUZA, Eunice Prudenciano. D. Quixote e Capitão Vitorino: personagens tragicômicas. Humanidades e Inovação, Palmas, v. 2, n. 2, jan./jul. 2015. Disponível em: https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/24 Acesso em: 31 jul. 2020.

Fontes

ARQUIVO HISTÓRICO WALDEMAR BISPO DUARTE. As Homenagens da Paraíba a José Lins do Rego. Reportagem do Jornal A União. 19 fev. 1952.

FREYRE, Gilberto. Manifesto regionalista. 7°. ed. Recife: FUNDAJ, Ed. Massangana, 1996. (p.47-75).

REGO, José Lins do. Pureza. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.

REGO, José Lins do. Dias Idos e Vividos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.

REGO, José Lins do. Menino de Engenho. 60° ed. Rio de Janeiro. José Olympio, 1994.

REGO, José Lins do. Fogo Morto. Rio de Janeiro: José Olympio, 1997.

Downloads

Publicado

2020-12-18

Como Citar

FELIPE GONÇALVES DO NASCIMENTO, Luís. A ressurreição de Vitorino Carneiro da Cunha : humor e ironia na obra de José Lins do Rego. Faces da História, [S. l.], v. 7, n. 2, p. 77–92, 2020. Disponível em: https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/1769. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos para Dossiê