PERVERSÃO, UMA EXPERIÊNCIA DO MAL? O SADISMO EM LA MARCHANDE D’ENFANTS, DE GABRIELLE WITTKOP
DOI:
https://doi.org/10.5016/msc.v23i0.1167Palavras-chave:
Gabrielle Wittkop, Marquês de Sade, Mal, PerversãoResumo
Na trilha do Marquês de Sade, o romance La marchande d’enfants de Gabrielle Wittkop, publicado postumamente em 2003, apresenta-nos, nos mais cruéis detalhes, o cotidiano de uma traficante de crianças parisiense em plena Revolução Francesa. Nesse sentido, o presente estudo pretende compreender o modo pelo qual o mal é construído dentro da narrativa de Gabrielle Wittkop a partir da análise do comportamento sádico, dito perverso, de suas personagens. O romance de Wittkop nos revelaria um discurso violento, excessivo que, muito mais do que julgar as ações ali descritas, procura fugir e resistir a conceitualizações morais e religiosas acerca do mal permitindo-nos, assim, adentrar o mais profundo da crueldade humana.