Contribuições para desconstrução de legados coloniais em museus paulistanos: novas práticas em acervos e em exposições temporárias no Museu de Arte de São Paulo (MASP) e Pinacoteca de São Paulo

Autores

Palavras-chave:

Pensamento decolonial, Museus, Instituições culturais, Políticas culturais, Inclusão

Resumo

Este artigo adota como tema os desafios enfrentados por duas instituições museais paulistanas relacionados à reflexão sobre a desconstrução do legado colonial nos processos de constituição de seus acervos, na organização de exposições e criação de novas políticas institucionais. A fundamentação teórica apoia-se nas seguintes contribuições: no pensamento de Aníbal Quijano sobre modernidade, colonização e descolonização; na insurgência de Achille Mbembe contra o novo racismo ligado ao capitalismo global, em favor de uma reparação histórica – aos quais se apensa o aporte interseccional feminista de Lélia Gonzales e María Lugones –, e na problematização do papel da memória nas instituições museais, segundo Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses. O cruzamento dessas reflexões conforma as bases de interpretação para as análises das ações feitas na Pinacoteca do Estado de São Paulo e no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), tendo em vista uma apreciação, ainda que parcial, das transformações produzidas pelas novas práticas na estrutura organizacional das instituições.

Biografia do Autor

Eneida de Almeida, Universidade São Judas Tadeu (USJT), São Paulo, São Paulo

Professora do Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu (PPGAUR-USJT). Graduada e Doutora em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paula (USP). Mestra em Studio e Restauro de Monumenti pela Università La Sapienza, Roma. Pesquisadora do Instituto Anima e representante suplente do Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento de São Paulo (IAB-SP) no Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP). Coeditora da revista acadêmica eletrônica arq.urb.

Gêgela Santos Penarotti de Lima, Doutoranda em Arquitetura e Urbanismo – Universidade São Judas Tadeu (USJT), São Paulo, São Paulo

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu (PPGAUR-USJT). Pós-graduada em História da Arte, Mestra e Mestra em Arquitetura e Urbanismo pela USJT. Pós-graduada em Gestão de Processos Comunicacionais pela Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP. Graduada em Letras e Secretariado Executivo Bilíngue pelo Centro Universitário Nove de Julho.

Referências

CHAGAS, M. de S. A imaginação museal: museu, memória e poder em Gustavo Barroso, Gilberto Freyre e Darcy Ribeiro. Rio de Janeiro: MinC; IBRAM, 2009.

COCOTLE, B. Nós prometemos descolonizar o museu: uma revisão crítica da política museal contemporânea. In: MASP Afterall. Disponível em: https://masp.org.br/uploads/temp/ temp-X87a1s0ahKuQghS3VJ4D.pdf.

HOLLANDA, H. B. de (org.). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020.

KILOMBA, G. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução de Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

MBEMBE, A. Crítica da razão negra. Lisboa: Antígona, 2014.

MENESES, U. T. B. de. A cidade como bem cultural - áreas envoltórias e outros dilemas, equívocos e alcance da preservação do patrimônio ambiental urbano. In: MORI, H. et al. (org.). Patrimônio: atualizando o debate. São Paulo: 9ª SR/IPHAN, 2006, p. 33-76.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Clacso, 2005. Disponível em: http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/sur-sur/20100624103322/12_Quijano.pdf.

Downloads

Publicado

30-07-2024

Como Citar

de Almeida, E., & Santos Penarotti de Lima, G. (2024). Contribuições para desconstrução de legados coloniais em museus paulistanos: novas práticas em acervos e em exposições temporárias no Museu de Arte de São Paulo (MASP) e Pinacoteca de São Paulo. Patrimônio E Memória, 20(1), 1–18. Recuperado de https://seer.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/2840