Fotografia e paisagem urbana
registros fotográficos sobre a implantação e expansão do sistema de transporte público no Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.5016/pem.v16i1.3103Palavras-chave:
Melhoramentos urbanos, Fotografia, Rio de Janeiro, Século XIX, Transporte público, BondeResumo
O presente artigo propõe abordar o registro fotográfico como documento histórico e como de fenômeno de manifestação da memória coletiva com estudo de caso do sistema de transporte público implantado na cidade do Rio de Janeiro durante o Segundo Reinado (1840-1889). Através de seus registros fotográficos, os fotógrafos da Casa Imperial objetivaram uma monumentalização do espaço urbano carioca, na segunda metade do século XIX, quando a fotografia era uma novidade técnica que permitia uma nova forma de apreensão da paisagem urbana. O artigo também faz recurso a uma análise cartográfica, destacando itinerários das linhas de transporte urbano, e visa apontar algumas relações de ordem técnica e conceitual entre fotografia – desde seus primórdios – e paisagem urbana, que resultaram em documentos que, ao longo do tempo também foram se tornando monumentos. Entre fotografias casuais e fotografias encomendadas, os vários fotógrafos profissionais, muitas vezes a serviço do império brasileiro, registraram a cidade com seu sistema de transporte público, como no caso do Rio de Janeiro, aonde várias companhias de bondes também foram responsáveis pela expansão urbana dando início à formação de bairros suburbanos na zona norte e na zona sul.
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