A soberana dos países constitucionais

o público e o povo nos desenhos de Angelo Agostini

Autores

Palavras-chave:

Imprensa Ilustrada, Angelo Agostini, Século XIX, Público, Povo

Resumo

A imprensa ilustrada brasileira do século XIX, nos últimos anos, tem despertado interesse de pesquisadores diversos. Nesse movimento, muitas de suas potencialidades e dificuldades vêm sendo destacadas. Outrora vista como simples ilustração, passou a ser entendida como um documento complexo. Este artigo integra esse processo e procura contribuir para a análise de um dos aspectos mais delicados desta fonte: a noção de público e de povo. Analisando imagens produzidas nas décadas de 1860 e 1870 por Angelo Agostini (1843-1910), um dos mais reconhecidos artistas do lápis da Província de São Paulo e da Corte imperial, busca-se desvendar alguns significados que conferia aos leitores e aos cidadãos do império. A premissa é que povo e público são personagens dos jornais de Agostini, tornando a investigação sobre essas imagens um caminho para avançar o estudo deste que é um dos maiores enigmas dos semanários caricatos do Brasil oitocentista.

Biografia do Autor

Marcelo Balaban, Universidade Estadual Paulista UNESP

Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual de Campinas (1997), mestrado em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2000) e doutorado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2005). É professor adjunto de História do Brasil e Teoria da História do Departamento de História da Universidade de Brasília. Tem experiência na área de História do Brasil do século XIX, com ênfase no estudo da literatura, caricatura e temas associados aos debates sobre raça e cidadania no período.

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Publicado

30-06-2012

Como Citar

Balaban, M. (2012). A soberana dos países constitucionais: o público e o povo nos desenhos de Angelo Agostini . Patrimônio E Memória, 8(1), 43–70. Recuperado de https://seer.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/3641