Os carnavais do Rio de Janeiro entre 1934 e 1937 e o movimento folclorista

dimensões do debate

Autores

Palavras-chave:

Carnavais carioca, Práticas populares, Folclore, Movimento folclórico

Resumo

Refletir sobre a relação entre os festejos carnavalescos e o movimento folclorista implica admitir as diferenças de perspectivas na constituição desses campos. Observa-se, inicialmente, que os processos de institucionalização dos carnavais brincados no Rio de Janeiro entre os anos 1934 e 1937, configuram um campo cultural à parte do movimento folclorista que se efetiva no Brasil nas décadas seguintes. Enquanto as práticas carnavalescas se consolidaram na década de 1930, em mediação com a imprensa e com o poder público, ligadas às preocupações de forjar a nacionalidade, o movimento folclórico tenta se institucionalizar, com o mesmo propósito, e definir seu campo de atuação e objetos de pesquisas, entre as décadas de 40 e 60. Porém, o carnaval não é o cerne desse debate e tampouco manifestação que deva se integrar às tradições brasileiras.

Biografia do Autor

Danilo Alves Bezerra, Universidade Estadual Paulista UNESP

Foi professor na educação básica, é mestre e doutor em História pelo Programa de Pós Graduação em História - História e Sociedade - da Universidade Estadual Paulista - Unesp/Assis, com doutorado-sanduíche na Université de Versailles Saint-Quentin-en-Yvelynes - França. Atualmente é professor adjunto do curso de licenciatura em História na Universidade Estadual do Piauí, campus de Parnaíba; e do Programa de Pós Graduação em Ensino de História (ProfHistória) onde foi coordenador (2022-2024) e coordenador adjunto (2019-2022). 

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Publicado

30-12-2012

Como Citar

Alves Bezerra, D. (2012). Os carnavais do Rio de Janeiro entre 1934 e 1937 e o movimento folclorista: dimensões do debate. Patrimônio E Memória, 8(2), 52–66. Recuperado de https://seer.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/3658