O riso sério

o cômico nos primórdios do pensamento moderno

Autores

Palavras-chave:

Cultura, Festa, Riso

Resumo

Este texto aborda a trajetória do cômico conforme a modificação sofrida da passagem da Idade Média para o pensamento moderno. A expressão mais alta do cômico, no período medieval, encontra-se nas festas populares, espaço universal da destruição/regeneração, próprio do dinamismo da realidade social. Mas, se no período medieval, o caráter universal do cômico e do riso predominavam, não acontece o mesmo no seio da modernidade, quando o riso se torna sério e voltado para objetos singulares, sofrendo transformações no modo de sua expressão, ou seja, no cotidiano e nos dias de festividade. Tais mudanças suscitam algumas questões: Quais razões foram determinantes para a mudança e o processo engendrado na maneira de pensar e vivenciar o cotidiano? Qual o espaço cedido para o cômico, encarado como o riso sério? O indizível, próprio da percepção de mudanças e crises, encontrou sua manifestação em quais vozes?

Biografia do Autor

Ricardo Gião Bortolotti, Universidade Estadual Paulista UNESP

Possui graduação em Filosofia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1985), mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1994) e doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002). Atualmente é professor assistente doutor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Tem experiência na área de História da Filosofia, Filosofia e Semiótica, com ênfase em epistemologia, metafísica e linguagem, atuando principalmente nos seguintes temas: signo, hábito, cognição, evolução e categorias.

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Publicado

30-06-2011

Como Citar

Gião Bortolotti, R. (2011). O riso sério: o cômico nos primórdios do pensamento moderno. Patrimônio E Memória, 7(1), 172–192. Recuperado de https://seer.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/3744