Nósos e Lógos

doença e comunicabilidade no Orestes de Eurípides

Autores

  • Mateus Dagios

Palavras-chave:

Orestes; Doença; Nósos; Lógos; Retórica.

Resumo

Este trabalho é uma investigação sobre a noção de nósos (doença) em sua relação com o lógos (discurso-comunicabilidade) na tragédia Orestes (408 a.C.) de Eurípides, partindo da noção de tragédia como arte política, do protagonismo do lógos como ferramenta política dos atenienses e da importância da noção de doença na tragédia grega. Analisam-se alguns versos relevantes ao problema e o julgamento descrito na peça. Este diálogo entre tragédia, nósos e lógos é interpretado, do ponto de vista teórico, principalmente pelas concepções de Jean-Pierre Vernant, Christian Meier e Pierre Vidal-Naquet, partindo também do conceito de nósos apresentado por Mitchell-Boyask, Wesley D. Smith e Clarke Kosak para entender o sentido simbólico da doença na tragédia grega.

Biografia do Autor

Mateus Dagios

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Bolsista CAPES. Mestre em História pela UFRGS (2012). Especialista em Estudos Clássicos pela Universidade de Brasília e Cátedra UNESCO Archai (2013). Graduado em História pela UFRGS (2007).

Referências

BOULTER, Patricia Neils. The theme of Agria in Euripides‘ Orestes. Phoenix, vol. 16, n. 2, p. 102-106, Summer 1962.

BUXTON, R.G.A. Blindness and limits: Sophokles and the logic of myth. The Journal of Hellenic Studies, v. 100, p. 22-37, 1980.

CANDIDO, Maria Regina; CORNELLI, Gabriele. A arte e o ofício do poeta trágico. In: LESSA, Fábio de Souza; SILVA, Andreia Cristina Lopes Frazão da. História e trabalho: entre artes e ofícios. Rio de Janeiro: Mauad, 2009.

CUSSET, Christophe. La tragédie grecque. Paris: Éd. du Seuil, 1997.

DETIENNE, Marcel. Les maîtres de vérité dans la Grèce Archaïque. Paris: Librairie Générale Française, 2006.

EUBEN, J. Peter. Greek tragedy and political theory. Berkeley: University of California Press, 1986.

EURÍPIDES. Orestes. Introdução e versão do grego por Augusta Fernanda de Oliveira e Silva. Coimbra: Instituto Nacional de Investigação Científica, 1982.

FATTAL, Michel. Logos, pensée et vérité dans la philosophie grecque. Paris: L‘Harmattan, 2001.

GASTALDI, V. El logos trágico y la funcionalidad de la retórica. Calíope, 12, p. 72-83, 2004.

GOLDHILL, Simon. Reading Greek Tragedy. Cambridge: Cambridge University Press, 1986.

GOULD, J. Myth, ritual, memory and exchange. Oxford: Oxford University Press, 2001.

HALL, Edith. The Theatrical Cast of Athens: interactions between Ancient Greek Drama and Society. Oxford: Oxford University Press, 2006.

KERFERD, G.B. O movimento sofista. São Paulo: Loyola, 2003.

KOSAK, Jennifer Clarke. Heroic Measures: Hippocratic Medicine in the Making of Euripidean Tragedy. Leiden: Brill, 2004.

LLOYD, G.E.R. In the Grip of Disease: Studies in the Greek Imagination. Oxford: Oxford University Press, 2003.

LORAUX, Nicole. A tragédia grega e o humano. In: NOVAES, Adauto (org.). Ética. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 17-34.

MALHADAS, Daisi. Orestes de Eurípides: terror e piedade. Hvmanitas, vol. XLVII, p. 187-195, 1995.

MARKANTONATOS, Andreas; ZIMMERMANN, Bernhard. Crisis on stage: tragedy and comedy in late fifth-century Athens. S/l: Walter de Gruyter, 2012.

MARSHALL, Francisco. Édipo Tirano: a tragédia do saber. Porto Alegre: Ed UFRGS, 2000.

MASTRONARDE, Donald J. The Art of Euripides: Dramatic Technique and Social Context. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

MEIER, Christian. De la tragédie grecque comme art politique. Paris: Les Belles Lettres, 2004.

MILLER, Harold W. Medical Terminology in Tragedy. Transactions and Proceedings of the American Philological Association, v. 75, pp. 156-167, 1944.

MITCHELL-BOYASK, Robin. Heroic Pharmacology: Sophocles and the Language of Early Greek Medicine. In: ORMAND, Kirk (ed.). A Companion to Sophocles. S/l: Blackwell, 2012.

MITCHELL-BOYASK, Robin. Plague and the Athenian Imagination: Drama, History, and the Cult of Asclepius. Cambridge: Cambridge University Press, 2008.

O‘BRIEN, M.J. Tantalus in Euripides’ Orestes. RhM, 131, p. 30-45, 1988.

OBER, Josiah; STRAUSS, Barry. Drama, political rhetoric, and the discourse of Athenian democracy. In: WINKLER, John J.; ZEITLIN, Froma I. Nothing to do with Dionysos? Athenian drama in its social context. Princeton: Princeton University Press, 1992, pp. 237-270.

ORSI, Rocio. El saber del error: filosofía y tragédia em Sófocles. Madrid : Plaza y Valdes, 2008.

SEGAL, Charles. L‘homme grec, spectateur et auditeur. In: VERNANT, Jean-Pierre (org.). L’homme grec. Paris: Éd. du Seuil, 2000.

SMITH, Wesley D. Disease in Euripides’ Orestes. Hermes, 95 Bd., H. 3, p. 291-307, 1967.

VAZ PINTO, Maria José. A doutrina do logos na sofística. Lisboa: Colibri, 2000.

VERNANT, Jean-Pìerre. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2004.

VERNANT, Jean-Pierre; VIDAL-NAQUET, Pierre. Mito e tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Perspectiva, 1999.

Downloads

Publicado

2017-08-22

Como Citar

DAGIOS, Mateus. Nósos e Lógos : doença e comunicabilidade no Orestes de Eurípides. Faces da História, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 121–140, 2017. Disponível em: http://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/244. Acesso em: 28 mar. 2024.