A santidade episcopal e sua relação com o poder político e civil na Gália da segunda metade do século VI

Autores

  • João Paulo Charrone

Palavras-chave:

Hagiografia. Poder Político. Bispos

Resumo

A hagiografia do período e da sociedade merovíngia afirma, entre outras coisas, que os bens monopolizados pela instituição eclesiástica indicam o caminho e o comportamento esperado para se atingir a salvação como algo único para superar as dificuldades terrestres e adquirir o direito de um julgamento favorável nesta vida, bem como a legitimação do poder episcopal junto a qualquer outro poder a que queria fazer frente. Neste sentido, procura-se aqui analisar como os bispos, os controladores desse “mercado” simbólico, utilizaram o discurso hagiográfico para afirmaram-se enquanto autoridade religiosa e civil.

Biografia do Autor

João Paulo Charrone

Professor Assistente I – Universidade Federal do Piauí, Campus Professora Cinobelina Elvas. BR 135, km 3, Bairro Planalto Horizonte, CEP: 64900-000, Bom Jesus/PI – Brasil. Mestre em História - Doutorando - Programa de Pós-graduação em História – Universidade Federal Fluminense.

Referências

BASTOS, Mário Jorge da Motta. Santidade, Hierarquia e Dependência na Alta Idade Média. História Revista. Goiânia, v. 11, n. 1, jan/jun. 2006. p. 135-160.

BLOCH, Marc. Os Reis Taumaturgos. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

BOURDIEU, P. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2003.

BOURDIEU, P. O Poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 1989.

BOURDIEU, P. Razões Práticas: sobre a teoria da ação. Campinas/SP: Papirus, 1996.

BRENNAN, B. ‘Being Martin’: Saint and Sucessor in Sixth-Century Tours.The Journalof Religious History. vol. 21,n. 2, jun. 1997, p. 121-135.

BRENNAN, B. Columbanus and Merovíngian Monasticism.Oxford, 1981, p. 105-124.

BRENNAN, B. The image of the Frankish Kings in the poetry of Venantius Fortuantus. In: Journal of Medieval History, 10,1984, p. 1-11.

BROWN, Peter. Relics and Social Statusin the Age of Gregory of Tours. In: Society and the holy in Late Antiquity.New York: Faber and Faber, 1982, p. 222-251.

BROWN, Peter. The Cult of the saints. Chicago: University of Chicago Press, 1984.

BROWN, Peter. Enjoying the saints in Late Antiquity. In: Early Medieval Europe, 2000, 9 (I), p. 01-24.

CANDOLO-CÂMARA, T. Hagiografia medieval portuguesa: exemplum. In: PRIMEIRO ENCONTRO INTERNACIONAL DE ESTUDOS MEDIEVAIS,1995. Atas...p. 358-366.

CASTELLANOS, Santiago. Conflictos entre la autoridad y el hombre santo. Hacia el control oficial del patronatus caelestis em la Hispania Visigoda. Brocar, 20, 1996, p. 77-89.

DE CERTEAU, M. Uma Variante: a Edificação Hagio-Gráfica. In: A Escrita da História. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007. p. 266-278.

COATES, Simon. Venantius Fortunatus and the Image of Episcopal Authority in Late Antique and Early Merovingian Gaul.The English Historical Review, V. 15, n. 464, nov. 2000, p. 1109-1137.

COLLINS, Richard.Observations on the Form, Language and Public of the Prose Biographies of Venantius Fortunatus in the Hagiography of Merovíngian Gaul. In: CLARKE, H. B.; BRENNAN, M. Columbanus and Merovíngian Monasticism.Oxford: s.l. 1981, p. 105-124.

DUMEZIL, B.Les racines chrétiennes de l’Europe. Paris: Fayard, 2005.

FONTAINE, Jacques. Hagiographie et Politique, de Sulpice Sévère à Venance Fortunat. Revue D’histoire de L’Eglise de France, LXII, 1976, p. 113-140.

FOX, Robin Lane. Cultura Escrita e Poder nos Primórdios do cristianism. In: BOWNAN, Alan K; WOOF, Greg. Cultura Escrita e Poder no Mundo Antigo. São Paulo: Ática, 1998. p. 154-182.

GEARY, Patrick J.Before France and Germany.New York; Oxford: Oxford University Press,1988.

GUIANCE, Ariel. Milagros y prodigios em la hagiografia altomedieval castellana.História Revista. Goiânia, v. 11, n. 1, jan/jun. 2006. pp. 17-44.

GURIÉVICH, Arón. Las categorías de la cultura medieval. Madrid: Taurus Humanidades, 1984.

HEINZELMANN, Martin. Grégoire de Tours: ‘Père de l’histoire de France?’. In: BERCÉ, Yves-Marie; CONTAMINE, Philippe. Histoires de France, Historiens de la France. Actes du colloque international, Reims, 14 e 15 mai 1993. Paris: Diffusion, 1994. p. 19-45.

HEINZELMANN, Martin. Histoire, Róis et Prophètes: Le role dês éléments autobiographiques dans les Histoires de Grégoire de Tours: un guide episcopal à l’usage du roi Chrétien. In: De Tertullien aux Mozarabes. Tome I: Antiquité Tardive et Christianisme Ancien(IIIe-VIesiècles) –Melanges offerts à Jacques FONTAINE. Paris: Institut d’Études Augustiniennes: s.d. p. 537-550.

HEN, Y. Culture and Religion in Merovingian Gaul A.D. 481-751.Leiden, New York, Köln: E. J. Brill, 1995.

KLINGSHIRN, William.Charity and Power: Caesarius of Arles and the Ransoming of Captives in Sub-Roman Gaul.The journal of Roman Studies, v. 75, p. 183-203, 1985.

LE GOFF, J. Cultura clerical e tradições folclóricas na civilização merovíngia. In: Para um novo conceito de Idade Média: tempo, trabalho e cultura no Ocidente. Lisboa: Estampa, 1980, p. 207-219.

LEBECQ, S. Vivent les Mérovingiens!.French Historical Studies, v. 19. n. 3, 1996, p. 765-777.

LEONARDI, Claudio. Modelli di santità tra secolo V e VII. In: SETTIMANE DI STUDIO DEL CENTRO ITALIANO DI STUDI SULL’ALTO MEDIOEVO XXXVI.Santi e Demoni nell’Alto Medioevo Occidentale (Secoli V-XI). 07-13 abril, 1988. Spoleto: Presso la sede del centro, 1989. p. 263-283.

MAGNANI, E. O Dom entre a História e Antropologia. Figuras Medievais do Doador. Signum.n. 5. 2003, p. 169-193.

NAVARRA, Leandro. Venanzio Fortunanto: Stato degli studi e proposte di ricerca. In: La Cultura in Italia fra Tardo Antigo e Alto Medioevo.Atti del Convegno tenuto a Roma, Consiglio Nacionale delle Ricerche, dal12 al 16 Novembre 1979.VII.Roma: Herder Editrice e Libreria, 1981, p. 605-610.

ONG, W. Oralidade e cultura escrita. S.l: Papirus, s.d.

PORTO, Thiago de Azevedo. Os cativos na Vida de Santo Domingo de Silos: uma contextualização histórica da sanidade. In: SEMANA DE ESTUDOS MEDIEVAIS, 6., 2006, Rio de Janeiro. Anais...Rio de Janeiro: UFRJ, 2006, p. 295-303.

REYDELLET, M. Fortunat et la vison poétique de la royauté mérovingienne. In: La royauté dans la literature latine de Sidoine Appollinaire à Isidore de Seville.Paris: École française de Rome, 1981.

UYTFANGHE, Gent M van. L’hagiographie et son public à l’époque mérovingienne. In: Studia Patristica, XVI: Papers presented to the Seventh International Conference on Patristic Studies, Part II Monastica et Ascetica, Orientalia, E Saeculo secundo, Origen, Athanasius, Cappadocian Fathers, Chrysostom, Augustine. Berlim: Akademie-Verlag, 1985, p. 54-62.

VAN DAN, Raymond. Leaderchip and Community in Late Antique Gaul. Berkeley, Los Angeles, Oxford: University of CaliforniaPress, 1985.

Downloads

Publicado

2017-08-12

Como Citar

CHARRONE, João Paulo. A santidade episcopal e sua relação com o poder político e civil na Gália da segunda metade do século VI. Faces da História, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 183–203, 2017. Disponível em: http://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/98. Acesso em: 28 mar. 2024.