POR QUE AINDA A MELANCOLIA?...
DOI:
https://doi.org/10.5016/msc.v23i0.1172Palavras-chave:
Melancolia, Patologia da ficção, Superego, Constituição Subjetiva, SubordinaçãoResumo
A melancolia é “uma rebelião que foi aniquilada” (BUTLER, 1997). Se o tempo no qual vivemos produz a melancolia como efeito necessário à sustentação de suas formas de regulação de poder (SAFATLE, 2016), então, deveremos investigar tanto aquilo que impede a insurreição do sujeito quanto as condições de possibilidade de afirmação da negatividade do discurso melancólico. A vertente política da melancolia é inseparável da dinâmica de poder do mundo psíquico. Veremos que a impossibilidade do trabalho de luto refere-se a uma resposta ao que não pôde ser reconhecido na cultura como passível de ser enlutado (BUTLER, 1997). Tomaremos a noção de superego freudiano como uma “patologia da ficção” que bloqueia a criação e a incorporação de outras ficções capazes de promover novas construções subjetivas. Será através da própria noção de ficção que nos apoiaremos para indicar possíveis linhas de fuga.