Uma realidade representada
a formação do "mal islâmico" analisado a partir do martírio cordobês
Resumo
A partir do conceito de representação de Roger Chartier, apresenta-se a problemática de uma verdade absoluta e final para a ciência histórica – como foco, temos a construção da representação do Islã como uma figura perversa. A mais de um milênio o mundo muçulmano tem sido representado de maneira estereotipada – uma imagem que em sua formação possuía um significado, e contexto, especifico - mas que hoje não passa de uma reprodução, pouco analisada e discutida. Assim pretende-se apresentar a necessidade de pensarmos na motivação dessa imagética, que como Karen Armstrong afirma (2002), esteve ligada ao contexto de formação dos heróis laicos da sociedade medieval, sendo ampliada pela necessidade de combater-se a representação de um inimigo somada com suas consequências e permanências. Tendo como base os escritos dos Mártires Córdoba (852 – 859) apresenta-se uma história crítica e que combate noções absolutas, partindo de uma ressignificação de noções e conceitos, questionando imagens a muito enraizadas, e pouco trabalhadas. Como resultado dessa pesquisa percebe-se a compreensão do que leva a formação de certas representações e o porquê da permanência da visão do Islã como algo negativo, tornando clara a necessidade de mais de melhores estudos neste nicho do grande campo que é a cultura oriental.
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