Belisário Penna

Educação higiênica, eugenia e a formação da consciência sanitária nacional (1916-1932)

Autores

  • Jhallesson Kovaliki de Oliveira Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)

Palavras-chave:

Educação, Higiene, Eugenia no Brasil, Consciência sanitária

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar como Belisário Penna (1868-1939) aborda a educação higiênica e eugênica em seu projeto sanitário nacional entre 1916 e 1932. Este médico participou do Movimento Sanitarista da década de 1910 e esteve amplamente envolvido em debates sobre reformas da sociedade brasileira através da saúde e educação. Por meio de seus diagnósticos e interpretações sobre o Brasil, identificou a doença, o analfabetismo e o alcoolismo como os grandes problemas do Brasil. Neste contexto, empregou suas obras e sua atuação política para negar o fatalismo biológico e racial e apontar alternativas médicas, educacionais e políticas para salvar a população brasileira. Ao invés do uso da eugenia “negativa”, que se pautava no racismo científico, o sanitarista apostou que a regeneração brasileira deveria estar sintonizada com a eugenia “preventiva”, cujas práticas se baseavam na educação higiênica e nas reformas sociais e do meio.

Biografia do Autor

Jhallesson Kovaliki de Oliveira, Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)

Graduado em História pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Guarapuava, PR. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História da Unicentro, Irati, PR. E-mail: jhallessonkovaliki@gmail.com. Este artigo é parte da investigação elaborada em minha dissertação para obtenção do título de Mestre em História.

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Publicado

2020-12-18

Como Citar

KOVALIKI DE OLIVEIRA, Jhallesson. Belisário Penna: Educação higiênica, eugenia e a formação da consciência sanitária nacional (1916-1932). Faces da História, [S. l.], v. 7, n. 2, 2020. Disponível em: https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/1704. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Livres