From Peitan to Uainuy

the social and religious roles of Tupinambá women in Maranhão Island and surrounding lands (1612-1615)

Authors

  • Alexandre Navarro Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Professor Associado I
  • Karen Cristina Costa Conceição

Keywords:

Colonial Chronicles, Indigenous Women, Maranhão

Abstract

ABSTRACT: This article resulted from the analysis of two colonial chronicles written by French missionaries involved in the French colonial project for Maranhão in the early years of the 17th century. This publication, in addition to referring to the French experience of colonization, contains information on the social and religious roles assumed by indigenous women and their interfaces with agricultural work, symbolic rituals and the political participation of the Tupinambá indigenous communities. In these chronicles, we can see signs of appreciation of indigenous women, mainly because she is the guardian of culture and knowledge of survival in these lands. Even if there was an asymmetry between genders, as women were educated since childhood to perform functions that ensured a central role in the economy, and in the whole set of values ​​associated with them that express a representation of female identity.

References

ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Metamorfoses Indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.

ALMEIDA, Ledson Kurtz de. Dinâmica Religiosa entre os Kaingang do Posto Indígena Xapecó - SC. 1998. 165 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1998.

BLOCH, Jean; BLOCH, Maurice. Women and the dialectics of nature in Eighteenth Century Frech thought. In: MACCOMARK, Carol; STRANTHEM, Marilyn. Nature, culture and gender. Cambridge: Cambridge University Press, 1980. p. 25-40.

BROCHADO, José P. An ecological model of the spread of pottery and agriculture into Eastern South America. 1984. 574 f. Tese (Doutorado em Antropologia) - University of Illinois, Urbana Champaign. 1984.

CARDIM, Fernão. Tratado da terra e gente do Brasil. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1980.

CAIRES, Daniel Rincon. A imperfeição do sexo: questões de gênero nos relatos de Yves d’Évreux e Claude d’Abbeville. Revista de História, Salvador, v. 4, n. 1, p. 32-43, 2012. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/rhufba/article/view/28133. Acesso em: 12 dez. 2019.

CLAVAL, Paul. A geografia cultural. Florianópolis: Editora da UFSC, 1999.

CONCEIÇÃO, Karen Cristina Costa da. De Feiticeiras diabólicas a auxiliares na empresa missionária: as atuações das mulheres Tupinambá no Maranhão franco-ameríndio (1594-1615). 2019. 144f. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História Social. Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2019.

COLLIER, Jane F.; YANAGISAKO, Sylvia. Toward a Unified Analysis of Gender and Kinship. In: COLLIER, J; YANAGISAKO, S. Gender and Kinship: Essays Toward an Unified Analysis. Stanford: Stanford University Press, 1987. p. 14-50.

COLLIER, Jane F. Marriage and Inequality in Classless Societies. Staford: Stanford University Press. 1988.

FAUSTO, Carlos. Fragmentos de História e Cultura Tupinambá: Da etnologia como instrumento de conhecimento etno-histórico. In: CUNHA, Manuela Carneiro da. História dos Índios do Brasil. São Paulo. Companhia das Letras, 1992. p. 381-96.

FERNANDES, Florestan. A organização social dos Tupinambá. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1963.

FERNANDES, Florestan. Função social da guerra na sociedade Tupinambá. São Paulo: Pioneira, 1970.

FERNANDES. João Azevedo. De Cunhã a Mameluca: a mulher Tupinambá e o nascimento do Brasil. João Pessoa: Editora Universitaria, 2003.

GARCIA, Elisa Frühauf. Conquista, sexo y esclavitud em la cuenca del Río de la Plata: Asuncíon y São Vicente a mediados del siglo XVI. Americanía. Revista de Estudios Latinoamericanos. Nueva Época (Sevilla), n. 2, p. 39-73, jul-dic, 2015.

JORDANOVA, Ludmilla. Natural Facts: a Historical Perspective on Science and Sexuality. In: MACCOMARK, Carol; STRANTHEM, Marilyn. Nature, culture and gender. Cambridge: Cambridge University Press, 1980. p. 46-78.

JULIO, Suelen Siqueira. Damiana da Cunha: uma índia entre a “sombra da Cruz” e os caiapós do sertão (Goiás, c. 1780-1831). 1. ed. Niterói: Eduff, 2017.

LASMAR, Cristiane. Mulheres indígenas: representações. Revista Estudos Feministas. Florianópolis, v. 7, n. 1 e 2, p. 14143-156, jan. /abr. 1999.

LÉVI-STRAUSS, C. A oleira ciumenta. Tradução José António Braga Fernandes Dias. Lisboa: Edições 70, 1985.

LÉRY, Jean. Viagem à terra do Brasil. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1961.

LEA, Vanessa. Gênero feminino Mébengokre: desvelando representações desgastadas. Cadernos Pagu, Campinas, n. 3, p. 85-116, jan. /abr. 2007.

MARTIN, Kay M.; VOORHIES, Barbara. Female of the Species. Nova York: Columbia University Press. 1975.

NAVARRO, Alexandre Guida; LIMA, Marcos Melo de. Eucaristia antropofágica: o caso Hans Staden. Politeia: História e Sociedade, Vitória da Conquista. v. 12, n. 1, p. 137-149, ago. /ago. 2012.

NAVARRO, Alexandre Guida; GOUVEIA NETO, João C. (org.). A escrita e o artefato como texto: ensaios sobre história e cultura material. Jundiaí: Paco Editorial. 2016.

NOELLI, Francisco S. A ocupação humana na região sul do Brasil: arqueologia, debates e perspectivas 1872-2000. Revista USP, São Paulo, n. 44, p. 218-269, dez. /fev. 1999-2000.

OLIVEIRA, Susane Rodrigues de. Por uma História do Possível: representações das mulheres Incas nas crônicas e na historiografia. Jundiaí: Paco Editorial: 2012.

PICCHI, Debra. Unlikely Amazons: Brasilian indigenous gender constructs in a modern context. History and Anthropology, Nova York: Oxford University, v. 14, n. 1, p. 23-39, mar. /mar. 2003.

PROUS, André. Arqueologia Brasileira. Brasília: Editora UnB. 1992.

RAMINELLI, Ronald. Imagens da Colonização: a representação do índio de Caminha a Vieira. 1994. 186 f. Tese (Doutorado em História Social), Universidade de São Paulo, São Paulo, 1994.

REUNIÃO Brasileira de Antropologia, I. Rio de Janeiro, 1953. Convenção para a grafia dos nomes tribais. Assinada pela maioria dos participantes. Revista de Antropologia. São Paulo, v. 2, n. 2, p. 150-152, dez. /dez. 1954. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/41616540. Acesso em: 14 jun. 2020.

RUBIN, Gayle. The Traffic in Women: Notes on the ‘Political Economy’ of Sex. In: REITER, Rayna R. Toward an Anthropology of Women. New York/London: Monthly Review Press, 1975. p. 157-210.

SANDAY, Peggy R. A reprodução do patriarcado na Antropologia feminista. In: GERGEN, M. O pensamento feminista e a estrutura do conhecimento. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos/Edunb, 1993.

SOCOLOW, Susan Migden. The Women of Colonial Latin America. New York: Cambridge University Press, 2007.

SOUZA, José Otávio Catafesto de. O Sistema econômico nas sociedades indígenas Guarani pré-coloniais. Horizontes Antropológicos. Porto Alegre, v. 8, n. 18, p. 211-253, dez. / dez.2002.

STRANTHEM, Marilyn. No Nature, No Culture: the Hagen Case. In: MACCOMARK, Carol; STRANTHEM, Marilyn. Nature, culture and gender. Cambridge: Cambridge University Press, 175-222, 1980.

SWAIN-NAVARRO. Tânia. Amazonas Brasileiras: impossível realidade? PADÊ: estudos em filosofia, raça, gênero e direitos humanos, Brasília - Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), FACJS, vol.2, n.1/07, p. 81-95. 1999. Disponível em: https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/pade/article/view/148. Acesso em: 14 jun. 2019.

SWAIN-NAVARRO. Tânia. Histórias feministas, história do possível. In: STEVENS, Cristina; OLIVEIRA, Susane; ZANELLO, Valeska. Estudos Feministas e de gênero: articulações e perspectivas. Florianópolis: Editora Mulheres, 2014. Disponível em: <http://www.coloquiofeminista2014.com>. Acesso em: 26 fev. 2018.

SZTUTMAN, Renato. O profeta e o principal: a ação política ameríndia e seus personagens, São Paulo: Edusp, 2012.

VEIGA, Juracilda. Organização Social e Cosmovisão Kaingang: uma introdução ao parentesco, casamento e nominação em uma sociedade Jê Meridional. 1994. 220 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1994.

VIDAL, Lux. Morte e Vida de Uma Sociedade Indígena Brasileira: os Kayapó-Xikrin do Rio Cateté. São Paulo: Hucitec/Editora da Universidade de São Paulo, 1977.

WEINER, Annette. Sexualite chez les anthropologues, reproduction chez les informateurs. In: Bulletin du Mauss, n. 10, p. 50-67, dez. / dez. 1984.

Fontes

D’ÉVREUX, Yves. Continuação da História das coisas mais memoráveis acontecidas no Maranhão nos anos 1612 e 1614. Tradução de Cézar Augusto Marques, Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2007.

D’ABBEVILLE, Claude. História da missão dos padres Capuchinhos na ilha do Maranhão e suas circunvizinhanças. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1975.

Published

2020-06-27

How to Cite

NAVARRO, Alexandre; COSTA CONCEIÇÃO, Karen Cristina. From Peitan to Uainuy: the social and religious roles of Tupinambá women in Maranhão Island and surrounding lands (1612-1615). Faces da História, [S. l.], v. 7, n. 1, p. 25–49, 2020. Disponível em: https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/1571. Acesso em: 21 nov. 2024.