Antiguidade, afrocentrismo e crítica: invenção e mito na História Antiga

Autores

  • Gustavo de Andrade Durão UFRRJ/ pós-doutorando

Resumo

O presente artigo busca fazer uma interpretação acerca dos valores levantados pelos historiadores da antiguidade clássica que são problematizados diante das análises atreladas ao afrocentrismo e ao eurocentrismo. Debatendo sobre a problematica da representação na História e de como evitar-se o etnocentrismo serão repensados os conceitos reificados da historiografia da antiguidade em oposição aos novos debates historiográficos. Buscando diferentes perspectivas de análise em relação a História antiga é possível perceber como o afrocentrismo não é uma perspectiva oposta às novas perspectivas dos estudos de antiguidade, mas um sinal da necessidade das mudanças analíticas nesse campo. Através das percepções e Martin Bernal e Jack Goody acreditamos ser possivel compreender mitos e invenções que de modo geral permearam parte das epistemologias atreladas a História Antiga.  

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Publicado

2018-01-03

Como Citar

DURÃO, Gustavo de Andrade. Antiguidade, afrocentrismo e crítica: invenção e mito na História Antiga. Faces da História, [S. l.], v. 4, n. 2, p. 28–41, 2018. Disponível em: https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/168. Acesso em: 28 mar. 2024.