A Independência como conceito

o processo de emancipação política do reino do Brasil no interior do Império lusitano

Autores

  • Jorge Vinícius Monteiro Vianna Universidade Federal do Espírito Santo

Palavras-chave:

Independência do Brasil; Imprensa; Conceitos; Reverbero Constitucional Fluminense; Monarquia.

Resumo

O processo de Independência do Brasil deixou como legado um conjunto de documentos impressos que revelam as diferentes formas com que indivíduos e grupos imaginavam uma nação brasileira ideal. Para além da possibilidade de ruptura ou de estreitamento dos laços entre Brasil e Portugal, a imprensa deste complexo processo histórico, é capaz de nos revelar uma gama de divergências políticas apresentadas por meio de um amplo e rico vocabulário político para o qual a historiografia da Independência ainda precisa destinar mais atenção. Assim, norteado pelas sugestões teóricas de R. Koselleck, o artigo tem como objetivo principal mapear os três significados que o periódico Reverbero Constitucional Fluminense apresentou, em suas publicações nos anos de 1821 e 1822, sobre o conceito de Independência, demonstrando, portanto, que o estudo de caso dos periódicos pode representar um instrumento decisivo para esclarecermos a complexidade histórica que permeia o processo de Independência do Brasil.

Referências

ALEXANDRE, Valentim. Os sentidos do Império: Questão nacional e questão colonial na crise do Antigo Regime português. Porto: Edições Afrontamento, 1993.

ARAUJO, Valdei Lopes de. A experiência do tempo: conceitos e narrativas na formação da nacionalidade brasileira (1813-1845). São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2008.

BAKER, Keith Michael. Introduction. In: BAKER, Keith Michael. The French Revolution and the Creation of Modern Political Culture (v. 1: The Political Culture of the Old Regime). Oxford: Pergamon Press, 1987.

BARATA, Alexandre Mansur. Maçonaria, sociabilidade ilustrada e independência (Brasil, 1790-1822). 2002. Tese de Doutorado em História. Campinas: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, UNICAMP, 2002.

BASILE, Marcello Otávio N. de C. O Império Brasileiro: Panorama Político. In: LINHARES, Maria Yedda (org.). História Geral do Brasil. 9 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.

BERBEL, Márcia Regina. Os apelos nacionais nas cortes constituintes de Lisboa (1821/22). In: MALERBA, Jurandir. (org.). A Independência do Brasil: Novas dimensões. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

BERSTEIN, Serge. A cultura política. In: RIOX, Jean-Pierre, e SIRINELLI, Jean-François (orgs.). Para uma história cultural. Lisboa: Estampa, 1998, pp. 349-363.

CARVALHO, José Murilo de. História Intelectual no Brasil: a retórica como chave de leitura. Topoi. Rio de Janeiro, n. 1, jan-dez 2000, pp. 123-152.

COSTA, Emília Viotti da. Introdução ao estudo da emancipação política do Brasil. In: MOTA, Carlos Guilherme (org.). Brasil em Perspectiva. 7o ed. São Paulo: Difel, 1976, pp. 64-123.

IPANEMA, Marcello de; IPANEMA, Cybelle de. Instrumentação da Edição Fac-Similar do Reverbero Constitucional Fluminense. (1821-1822): Textos, Estudo Hemerográfico e indexação. Rio de Janeiro: Edições Biblioteca Nacional, 2005, vol. 3.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: Contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006.

LUSTOSA, Isabel. Insultos Impressos: a guerra dos jornalistas na independência (1821- 1823). São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

LYRA, Maria de Lourdes Viana. A Utopia do poderoso Império: Portugal e Brasil: Bastidores da política (1798-1822). Rio de Janeiro: Sette Letras, 1994.

NEVES, Lúcia Maria Bastos Pereira das. Corcundas e Constitucionais: a cultura política da independência (1820-1822). Rio de Janeiro: Revan: FAPERJ, 2003.

NEVES, Lúcia Maria Bastos Pereira das. Revolução: em busca do conceito no império luso-brasileiro (1789-1822). In: JASMIM, Marcelo Gantus, e FERES JÚNIOR, João. (orgs.). História dos conceitos: diálogos transatlânticos. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio; Edições Loyola; IUPERJ, 2007.

OLIVEIRA, Cecília H. L. de Salles. A astúcia Liberal: Relações de mercado e projetos políticos no Rio de Janeiro (1820-1824). Bragança Paulista: EDUSF e ÍNCONE, 1999.

OLIVEIRA, Cecília H. L. de Salles. Política e memória: Gonçalves Ledo e a questão da Independência. In: BRESCIANI, M. S., SAMARA Eni de M., e LEWKOWICZ, Ida. Jogos da política. Imagens, representações e práticas. São Paulo: ANPUH/Marco Zero, 1990.

POCOCK, John G. A. Politics, Language and Time: Essays on Political Thought and History. Chicago: University of Chicago Press, 1989.

RIBEIRO, Gladys Sabina. A Liberdade em Construção: identidade nacional e conflitos antilusitanos no Primeiro Reinado. Rio de Janeiro: Relume Dumará: FAPERJ, 2002.

RICHTER, Melvin. Avaliando um clássico contemporâneo: o Geschichtliche Grundbegriffe e a atividade acadêmica futura. In: JASMIN, Marcelo G, e FERES JÚNIOR, João (org.). História dos conceitos: Debates e perspectivas. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio; Edições Loyola; IUPERJ, 2006.

RICHTER, Melvin. The history of political and social concepts: a critical introduction. New York; Oxford University Press, 1995.

SANI, Giacomo. Cultura Política. In: BOBBIO, Norberto, MATTEUCCI, Nicola, e PASQUINO, Gianfranco (org.). Dicionário de política. V. 1. 12 ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2002.

SKINNER, Quentin. As fundações do pensamento político moderno. Trad. Renato J. Ribeiro e Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

SKINNER, Quentin. Meaning and understanding in the history of ideas. History and Theory, vol. 08, n. 01, pp. 3-53, 1969, p. 49.

SOUZA, Iara Lis Franco Schiavinatto Carvalho. Pátria coroada: o Brasil como corpo político autônomo – 1780-1831. São Paulo: UNESP, 1999.

Downloads

Publicado

2018-06-30

Como Citar

VIANNA, Jorge Vinícius Monteiro. A Independência como conceito: o processo de emancipação política do reino do Brasil no interior do Império lusitano. Faces da História, [S. l.], v. 5, n. 1, p. 44–64, 2018. Disponível em: https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/922. Acesso em: 28 mar. 2024.