A história e o patrimônio industrial a partir de outro olhar: o que dizem os pisos do complexo fepasa (jundiaí/ sp, brasil)?

Autores

  • Juan Manuel CANO SANCHIZ

Palavras-chave:

Arqueologia da Industrialização, Metodologia, Fontes Materiais, Espaços de Produção, Setor Ferroviário

Resumo

Este trabalho é mais preocupado com problemas metodológicos do que com resultados de pesquisa. Pensamos que a contribuição mais original de um arqueólogo em um foro de historiadores das fontes escritas (a revistas Faces da História) é a questão instrumental e o destaque para outro tipo de fontes, como as materiais. Assim sendo, este artigo visa defender o papel da Arqueologia no estudo do passado recente. Para isso, tomamos como estudo de caso as oficinas construídas pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro em Jundiaí (São Paulo, Brasil) desde finais do século XIX (hoje Complexo FEPASA), focando nossa atenção em um aspecto concreto: seus pisos. Nosso objetivo é demonstrar de forma prática e simples como por meio do cruzamento de todas as fontes de informação no espaço físico é possível alcançar outro olhar sobre a industrialização brasileira.

Biografia do Autor

Juan Manuel CANO SANCHIZ

Doutor - Área de Arqueologia, Universidade de Córdoba (Espanha) - Faculdade de Filosofia e Letras, Plaza del Cardenal Salazar, 3 (14003, Córdoba, Espanha) - A pesquisa que resultou neste artigo contou com financiamento da FAPESP (#2014/12473-3)

Referências

BAER, Werner. A industrialização e o desenvolvimento econômico do Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1966.

Cano, Wilson. Raízes da concentração industrial em São Paulo. Campinas: UNICAMP, 1998.

CANO SANCHIZ, Juan Manuel. Patrimonio ferroviario y arqueología industrial en el estado de São Paulo (Brasil): el Projeto Memória Ferroviária. Anales de Arqueología Cordobesa, Córdoba, vol. 25-26, p. 279-307, 2014/2015.

CANO SANCHIZ, Juan Manuel. El Complejo FEPASA en Jundiaí (São Paulo, Brasil): de la Arqueología a la rentabilización social. In CARLAN, C.U.; CARVALHO, L.M. (coords.). SEMANA NACIONAL DE MUSEUS NA UNIFAL-MG, 7, 2015, Alfenas. Anais... Alfenas: UNIFAL, 2015. p. viii-xix.

CANO SANCHIZ, Juan Manuel. Reactivation of industrial heritage sites in Spain and the São Paulo State: a trans-Atlantic approach to an international patrimony. In: CONFERENCE PROCEEDINGS OF THE TRANS-ATLANTIC DIALOGUES ON CULTURAL HERITAGE: HERITAGE, TOURISM & TRADITIONS, 2016, Birmingham. Birmingham: Ironbridge International Institute for Cultural Heritage, 2016. s/p. E-pub.

CARVALHO, Maria Lucia Mendes de; BATISTA, Sueli Soares dos Santos. Patrimônio, trabalho e educação. O Centro Ferroviário de Ensino e Seleção Profissional (1934 a 1948). In: COLÓQUIO LATINO AMERICANO SOBRE RECUPERAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO INDUSTRIAL, 6, 2012, São Paulo. Atas... São Paulo: IPHAN, 2012. E-pub.

CASELLA, Eleanor; SYMONDS, James (eds.). Industrial Archaeology: future directions. Nova York: Springer Science, 2005.

CAZZOLATTO, Tais Helena; ACUIO, Luiz Gustavo Lopes. Históricos da Companhia Paulista de Estradas de Ferro e do Complexo FEPASA em Jundiaí: do auge à decadência. In: ACUIO, L.G.L.; CAZZOLATTO, T.H. (orgs.). Revitalização do Patrimônio Ferroviário através de Eventos Culturais. Jundiaí: Edições Brasil, 2013, p. 33-41.

DEAN, Warren. A Fábrica São Luiz de Itu: um estudo de arqueologia industrial. Anais de História, Assis, vol. VIII, p. 9-25, 1976.

DECCA, Maria Auxiliadora Guzzo. Indústria, trabalho e cotidiano - Brasil: 1889 a 1930. 8a ed. São Paulo: Atual, 1991.

DELVIZIO, Ivanir Azevedo.; OLIVEIRA, Eduardo Romero. Corpus de relatórios da Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais (1885 a 1897): levantamento da terminologia ferroviária com o programa WordSmith Tools. In: COLÓQUIO NACIONAL DE LÍNGUA, DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. [s.l.]: Seção 3, no 84, 3 de maio de 2002, p. 10.

DOCUMENTOS E HISTÓRIA, 1, 2013, Fortaleza. Atas... Fortaleza: EDUECE, 2013. p. 329-342.

FIORIN, Evandro; HIRAO, Hélio (orgs.) Cidades do Interior Paulista. Patrimônio urbano e arquitetônico. Jundiaí: Paco Editorial; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2015.

FONSECA, Filomena Pugliese. As águas do passado e os reservatórios do Guaraú, Engordador e Cabuçu: um estudo de arqueologia industrial. 2007. 257 f. Dissertação (Doutorado em Arqueologia) - Museu de Arqueologia e Etnologia, USP, São Paulo, 2007.

FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1959.

GAMA, Rui. Aspectos da arqueologia industrial no Brasil. In: PEREIRA, D. (ed.). SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA E ENERGIA, 1, 1987, São Paulo. Anais... São Paulo: Eletropaulo, v. 2, 1987. p. 252-259.

GHIRARDELLO, Nilson. À beira da linha: formações urbanas da Noroeste Paulista. São Paulo: Editora UNESP, 2002.

GRANDI, Guilherme. Estado e capital ferroviário em São Paulo: a Companhia Paulista de Estradas de Ferro entre 1930 e 1961. São Paulo: USP, 2013.

HARDMAN, Francisco Foot. Trem fantasma: a modernidade na selva. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

KÜHL, Beatriz Mugayar. Arquitetura do Ferro e Arquitetura Ferroviária em São Paulo. Reflexões sobre a sua preservação. São Paulo: Ateliê Editorial, 1998.

LIMA, Pablo Luiz de Oliveira. Ferrovia, sociedade e cultura, 1850-1930. Belo Horizonte: Argumentum, 2009.

LUCA, Tânia Regina de (coord.). GT História Oral: Teoria e Metodologia. In: ENCONTRO REGIONAL SUDESTE DE HISTÓRIA ORAL, 8, 2009, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2009. Disponível em: <http://www.fafich.ufmg.br/historiaoral/index.php/por/Anais-VIII-Encontro/GT-Historia-Oral-Teoria-e-Metodologia>. Acesso em: 02/12/2015.

MATOS, Odilon Nogueira. Café e ferrovia: a evolução ferroviária de São Paulo e o desenvolvimento da cultura cafeeira. 4a ed. Campinas: Pontes, 1990.

McGRANAHAN, Carole Mei. El Tíbet exiliado: políticas y posibilidades del pasado. Historia, Antropología y Fuentes Orales, Barcelona, vol. 25, p. 47-66, 2001.

MOREIRA, Maria de Fátima Salum. Ferroviários, trabalho e poder. São Paulo: Editora UNESP, 2008.

NUNES, Ivanil. As ferrovias em São Paulo (1860-1960). São Paulo: UNESP, 1993.

OLIVEIRA, Eduardo Romero. Museus e Ferrovias: estudos sobre a preservação do patrimônio ferroviário paulista. Revista Labor & Engenho, Campinas, vol. 5, n.3, p. 20-31, 2011.

Oliveira, Eduardo Romero. Eletrificação em empresas ferroviárias paulistas: aspectos da tecnologia e da industrialização em São Paulo (1902–1937). In: Capel, H.; Casals, V.; Cuéllar, D. (eds.). La electricidad en las redes ferroviarias y la vida urbana: Europa y América (siglos XIX y XX). Madri: Fundación de los Ferrocarriles Españoles, 2012.

OLIVEIRA, Eduardo Romero. O Centenário da Ferrovia Brasileira (1954): Ensaio sobre a elaboração da Memória Ferroviária no Brasil. Espaço & Geografia, Brasília, vol. 16, n. 2, p. 675-717, 2013.

OLIVEIRA, Eduardo Romero (org.).Memória Ferroviária e Cultura de Trabalho. Perspectivas, métodos e perguntas interdisciplinares sobre o registro, preservação e ativação de bens ferroviários. São Paulo: Alameda, no prelo.

OLIVEIRA, Eduardo Romero; BRANDÃO, Livia; SCHUSTER, Carlos Eduardo. Projeto Memória Ferroviária (São Paulo, Brasil, 1868-1971). In: VI CONGRESO DE HISTORIA FERROVIARIA, 6, 2012, Vitoria. Anais... Vitoria: Fundación de los Ferrocarriles Españoles, 2012. E-pub.

PALMER, Marilyn; NEAVERSON, Peter. Industrial Archaeology. Principles and Practice. Londres: Routledge, 1998.

PALMER, Marilyn; NEVELL, Michael; SISSONS, Mark. Industrial Archaeology: a handbook. York: Council for British Archaeology, 2012.

PLENS, Claudia Regina. A Arqueologia da São Paulo Oitocentista: Paranapiacaba. São Paulo: Annablume, 2016.

POZZER, Guilherme Pinheiro. A antiga estação da Companhia Paulista em Campinas: estrutura simbólica transformadora da cidade (1872-2002). 2007. 285 f. Dissertação (Mestrado em História) - Instituto de Ciências Humanas, UNICAMP, Campinas, 2007.

SAES, Flavio Azevedo Marques de. As ferrovias de São Paulo (1870-1940): expansão e declínio do transporte ferroviário em São Paulo. São Paulo: HUCITEC, 1981.

Soukef Jr., Antonio. Workshops of the Paulista Company in Jundiaí, São Paulo: AThreatened Railway Heritage. Journal of Civil Engineering and Architecture, El Monte, vol. 10, p. 714-725, 2016.

SOUZA, Rafael Abreu. Arqueologia em fábricas paulistas, entre chaminés e estacionamentos. Ou dos métodos para escavar uma fábrica. Revista CPC, São Paulo, vol. 16, p. 136-173, 2013.

TAVARES, Maria da Conceição. Acumulação de capital e industrialização no Brasil. Campinas: UNICAMP, 1998.

TELLES, Pedro Carlos da Silva. História da engenharia ferroviária no Brasil. Rio de Janeiro: Notícia & Cia., 2011.

TORREJAIS, Ana Carina Urbano. Patrimônio ferroviário como tecnocultura: as oficinas de Manutenção da Companhia Paulista em Jundiaí. Cidade, Patrimônio e Memória, Jundiaí, vol. 1, p. 12-22, 2016.

Downloads

Publicado

2017-09-07

Como Citar

CANO SANCHIZ, Juan Manuel. A história e o patrimônio industrial a partir de outro olhar: o que dizem os pisos do complexo fepasa (jundiaí/ sp, brasil)?. Faces da História, [S. l.], v. 4, n. 1, p. 147–161, 2017. Disponível em: https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/409. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos para Dossiê