O Patrimônio Industrial e a cultura ferroviária atlântica no Brasil e em Portugal
Résumé
A proposta do artigo é apresentar os primeiros resultados da pesquisa na intersecção da história contemporânea, patrimônio, cultura e memória, com o campo de conhecimento da história atlântica. A hipótese desenvolvida é que por meio do processo de preservação e salvaguarda do Patrimônio Industrial Ferroviário no Brasil e em Portugal, é possível identificar uma “cultura ferroviária atlântica” que possibilita estabelecer políticas sustentáveis a partir das organizações empresariais que custodiam tais bens. Para tanto, buscou-se extrapolar os bens materiais e dialogar com as práticas culturais e os modos de fazer que, em conjunto, ajudaram a determinar a memória ferroviária em ambos países.
Références
ARMITAGE, D. Três conceitos de História Atlântica. História Unisinos. São Leopoldo-RS, v.18, n.2, p.206-217, mai/ago, 2014. Disponível em: http://www.revistas.unisinos.br/index.php/historia/article/view/7035. Acesso em: 30 nov. 2022.
BARTCUS, Aline Zandra Vieira. Memória e patrimônio ferroviário: Estudo sobre o Museu da Companhia Paulista em Jundiaí/SP. 2012. 148 f. Dissertação (Mestrado em História). – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Assis, 2012.
BATALHA, Cláudio. “Limites da Liberdade: trabalhadores, relações de trabalho e cidadania durante a primeira República”. In: LIBBY, Douglas Cole & FURTADO, Júnia Ferreira. (orgs). Trabalho livre, trabalho escravos: perspectivas de comparação. Annablume. São Paulo, 2006.
BAUER, Leticia Brandt; BORGES, Viviane Trindade. O Patrimônio Cultural e a História Pública: observações sobre os embates contemporâneos. Revista Nupem. v. 11 n. 23, 2019. Disponível em: https://periodicos.unespar.edu.br/index.php/nupem/article/view/5718. Acesso em: 23 fev. 2023.
BERENSTEIN DE AZEVEDO, E. Patrimônio industrial no Brasil. arq.urb, [S. l.], n. 3, p. 11–22, 2010. Disponível em: https://revistaarqurb.com.br/arqurb/article/view/114. Acesso em: 14 jan. 2022.
BERGERON, Louis; DOREL-FERRÉ, Gracia. Le patrimoine industriel. Un nouveau territoire. 1 ed. Paris: Liris, 1996.
BRASIL. Decreto nº 11.245 de 21 de outubro de 2022. Regulamenta a Lei nº 14.273, de 23 de dezembro de 2021, no âmbito da administração pública federal, institui o Programa de Desenvolvimento Ferroviário, e altera o Decreto nº 8.428, de 2 de abril de 2015. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, 21 de outubro de 2022.
BRASIL. Decreto nº 10.161, de 9 de dezembro de 2019. Regulamenta a extinção de contratos de arrendamento de bens vinculados a contratos de parceria do setor ferroviário e a alienação ou a disposição dos bens móveis ferroviários inservíveis do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, arrendados ou não, localizados na faixa de domínio de ferrovia objeto de contrato de parceria. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, 10 de dezembro de 2019.
BRASIL. Portaria nº 407, de 21 de dezembro de 2010. Dispõe sobre o estabelecimento dos parâmetros de valoração e procedimento de inscrição na Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário, visando à proteção da memória ferroviária, em conformidade com o art. 9º da Lei n.º 11.483/2007. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, 21 de dezembro de 2010.
BRASIL. Lei nº 11.483, de 31 de maio de 2007. Dispõe sobre a revitalização do setor ferroviário, altera dispositivos da Lei no 10.233, de 05 de junho de 2001, e dá outras providências. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, 31 de maio de 2007.
CARMONA, Daniela Alexandra Tavares. Contributo Biobibliográfico para o estudo do Caminho-de-ferro em Portugal (1856 – 2006). Mestrado (Ciência Documentais), Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Departamento de Ciências Documentais, Universidade Lusófona, Lisboa, 2012.
FEPASA – Ferrovias Paulistas SA. 120 anos de Ferrovia Paulista. 1872-1992. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado AS IMESP, 1992.
HAGATONG, Ana Teresa Martins. Património Industrial Ferroviário - Uma Arquitectura em risco. Revista Arquitectura Lusíada, Lisboa, Portugal, n. 5, p.101-115, jan-jun. 2014.
JESUS, Carlos Gustavo Nóbrega de., Museu da Cultura (PUC-SP): patrimônio cultural, história e memória, olhares distintos a partir da nova museologia. Projeto História, 61, p. 10-48, 2018.
JESUS, Carlos Gustavo Nóbrega de. A Universidade de Coimbra e as diversas apropriações da chancela internacional de Patrimônio da Humanidade atribuída pela UNESCO. Locus: Revista de História, [S. l.], v. 26, n. 2, p. 95–122, 2020. DOI: 10.34019/2594-8296.2020.v26.31069. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/31069. Acesso em: 2 abr. 2023.
JESUS, Carlos Gustavo Nóbrega de. O nacionalismo antilusitano e o Centenário da Independência nas páginas da revista Gil Blas (1919-1922). Revista Estudos Ibero-Americanos, 48(1), e41988. //doi.org/10.15448/1980-864X.2022.1.41988, 2022. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/iberoamericana/article/view/41988/27729. Acesso em: 20 maio 2023.
JEUDY, Henri-Pierre. Memórias do social. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1990.
KUHL, B. Patrimônio Industrial: algumas questões em aberto. São Paulo: USJT, 2010.
LANNA, Ana Lúcia Duarte. Trabalhadores da ferrovia: A Companhia Paulista de Estradas de Ferro. São Paulo, 1870-1920. Varia História. mai/ago. v. 32, n. 59. Belo Horizonte, 2016. p. 505-545.
LAMOUNIER, Maria Lúcia. Ferrovias e Mercado de Trabalho no Brasil do Século XIX. Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
LICO, Tamires Sacardo. A Companhia Paulista de Estradas de Ferro: construção e trabalho: 1870 – 1872. 2018. 116 f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, São Paulo.
MACEDO. Marta Sofia Simões Costa Marques. Património Ferroviário do Douro Proposta de reactivação do troço abandonado entre Côa e Barca d’Alva. 2019. 163 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura). Faculdade de Arquitetura. Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal.
MARTINS, João Paulo; et al. O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses, 1996.
MATOS, Ana Cardoso de Matos; SAMPAIO, Maria da Luz. Património Industrial e Museologia em Portugal. Museologia & Interdisciplinaridade, Brasília, v.3, n. 5, p.95-112, maio/jun. 2014.
MENDES, José Amado. O património industrial na museologia contemporânea: o caso português. Ubimuseum – Revista online do Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior, n.1, p. 89-104, 2012.
MONASTIRSKY, L. Ferrovia: Patrimônio Cultural. Florianópolis: UFSC, 2006.
MOUTINHO, M. (Coord.) Sobre o Conceito de Museologia Social. Cadernos de Sociomuseologia, v.1, n.1, p.11-16, 1993.
NASSAR, Paulo. História e cultura organizacional. Revista Comunicação Empresarial. São Paulo. Aberje. n.36, 2000, p.11-34.
MENEGUELLO, Cristina; OLIVEIRA, Eduardo Romero; OKSMAN, Silvio. Patrimônio industrial na atualidade. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2021, p. 254 – (Série TICCIH-Brasil; Novas perspectivas; v. 4).
MORAES, Ewerton; OLIVEIRA, Eduardo Romero de. O Patrimônio Ferroviário nos tombamentos do Estado de São Paulo. Revista Memória em Rede, Pelotas, v.9, n.16, Jan./Jul.2017 – ISSN- 2177-4129. Disponível em: periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/Memoria dx.doi.org/10.15210/rmr.v8i14.7485. Acesso em: mar. 2023.
NORA, Pierre. Entre Memória e História: a problemática dos lugares. Projeto História, n. 10, p. 7-28, 1993.
OLIVEIRA, Eduardo Romero de (org.). Memória ferroviária e cultura do trabalho: balanços teóricos e metodologias de registro de bens ferroviários numa perspectiva multidisciplinar - II / - São Paulo: Cultura Acadêmica, 2020.
OLIVEIRA, Eduardo Romero de. Projeto de Pesquisa Memória Ferroviária (1869-1971). Projeto de pesquisa apresentado à Fapesp (2012-2014) para inventário do patrimônio ferroviário paulista. 2012. Disponível em: http://memoriaferroviaria.assis.unesp.br:8080/handle/123456789/37. Acesso em: 03 fev.2023
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, 2015. Disponível em: https://brasil.un.org/. Acesso em: 02 fev.2023.
PAES, Maria Tereza Duarte et MOURA, Rafael Henrique. Patrimônio ferroviário e refuncionalização dos bens culturais tombados da companhia paulista de estradas de ferro (CPEF), Confins, São Paulo, n. 54, mar. 2022. Disponível em: https://journals.openedition.org/confins/45255. Acesso em: 20 maio 2023.
PEIXOTO, Paulo. Centros históricos e sustentabilidade cultural das cidades. Sociologia: Revista Da Faculdade De Letras Da Universidade Do Porto. Porto, Portugal, v. 13, 2017. Disponível em: https://ojs.letras.up.pt/index.php/Sociologia/article/view/2484. Acesso em: 20 mai. 2023.
PRATS, L. Concepto y gestión del patrimonio local. Cuadernos de Antropologia Social, Buenos Aires, n. 21, p. 17-35, 2005.
PORTUGAL. Arquivo Histórico e Centro de Documentação da CP. 2023a. Disponível em: https://www.cp.pt/institucional/pt/cultura-ferroviaria/arquivo-cp. Acesso em 02 fev.2023.
PORTUGAL. Guia do Arquivo Histórico e Centro de Documentação da CP. 2005b, p. 7. Disponível em: <https://www.cp.pt/institucional/pt/cultura-ferroviaria/arquivo-cp>. Acesso em: 02 fev.2023.
PORTUGAL. Decreto-Lei n.º 137-A, de 5 de Junho de 2009. Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. Publicado no Diário da República n.º 112, Série I, de 12 de Junho de 2009c.
PROCHNOW, Lucas Neves. O Iphan e o patrimônio ferroviário: a memória ferroviária como instrumento de preservação. 2014. 177f. Dissertação (Mestrado) – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural, Rio de Janeiro.
REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público - Comunicação Social S. A, 2006.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
SUSTENTABILIDADE. Rumo. 2022. Disponível em: https://rumolog.com/sustentabilidade/. Acesso em: 02 fev.2023
TRANSPORTES FERROVIÁRIOS. Rumo 2022. Disponível em: https://rumolog.com/nossos-negocios/transporte-ferroviario/. Acesso em: 02 fev.2023.
SEGNINI, Liliana R. Petrilli. Ferrovia e Ferroviários: Uma contribuição para a análise do poder disciplinar na empresa. São Paulo, Cortez Editora, 1982.
SERRÃO, Joel. Temas Oitocentistas II- Para a história de Portugal no século passado: ensaios. Lisboa: Portugália Editora, 1962.
SEGNINI, Liliana R Petrili. Ferrovias e ferroviários: uma contribuição para análise do poder disciplinar na empresa. São Paulo: Autores Associados. Cortez, 1982.
SILVA, Ronaldo André Rodrigues da. O patrimônio industrial brasileiro: reflexões à memória e história do século XX. In: MIGLIORINI, Jeanine Mafra (org.). Sítios históricos e centros urbanos [recurso eletrônico] Ponta Grossa (PR): Atena Editora, 2018, p.119-134.
SOBRE O DECRETO Nº 10.161. Rumo. Página institucional. Disponível em: https://rumolog.com/sustentabilidade/. Acesso em: 02 fev.2023.
STRÁNSKÝ, Zbynˇek Z. Introduction à l’étude de la muséologie. Destinée aux étudiants de l’École Internationale d’Été de Muséologie – EIEM. Brno: Université Masaryk, 1995. 116p.
THE INTENATIONAL COMMITTE FOR THE CONSERVATION OF INDUSTRIAL HERITAGE (TICCIH). Carta de NizhnyTagil sobre o Patrimônio Industrial. 2003. Disponível: www.patrimonioindustrial.org.br/modules.php?name=Content&pa=showpage&pid=8. Acesso em: 13 Maio. 2014
THOMPSON, Edward. P. A miséria da teoria ou um planetário de erros. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
THOMPSON, Edward. P. A formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.
THOMPSON, Edward. P. A História vista de baixo. In: As peculiaridades dos ingleses e outros artigos. Editora Unicamp, Campinas, 2015,
URRY, John. (2001). O olhar do turista: Lazer e viagens nas sociedades contemporâneas (3a ed.). São Paulo: Studio Nobel.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ-ILHÉUS. Projeto Atlantes. Ilhéus, Bahia, 2022.
VARINE, H. O Ecomuseu. Ciências & Letras- Revista da Faculdade Porto Alegrense de Educação, Porto Alegre: Faculdade Porto Alegrense de Educação, Ciências e Letras, n. 27, p. 61-90, jan. / jun. 2000.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Autores que publicam na Revista Faces da História concordam com a cessão dos direitos autorais dos manuscritos, processo simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC-BY-NC), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Dessa forma, a Revista Faces da História pode difundir os artigos e trabalhos publicados, em formatos físicos e/ou eletrônicos, incluindo Internet.
