Uma usina hidrelétrica ao sul do Brasil: tombar para preservar?
Mots-clés :
usina hidrelétrica; Santa Catarina; patrimônio industrial; reutlização, tombamentoRésumé
A Usina Hidrelétrica Gustavo Richard, uma das primeiras construídas no estado catarinense no início do século XX, foi a responsável pelo abastecimento de energia elétrica da capital até 1972, ano de sua desativação. Desde então sua edificação passou a sofrer as ações do tempo, motivo este que justificou seu tombamento. Considerando a complexidade do patrimônio industrial em questão e do tombamento como um instrumento de salvaguarda repleto de tensões, este artigo tem o objetivo de analisar os diferentes valores atribuídos à usina hidrelétrica Gustavo Richard presentes no seu processo de tombamento homologado em 2005. De forma geral, a pesquisa apontou que, tão importante quanto tombar o bem, é atentar para a importância de sua reutilização, discussão fundamental no trato do patrimônio industrial na contemporaneidade.
Références
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/> Acesso em: 03 mar.2015.
ARECES, Miguel Ángel Álvarez. Arqueología industrial. El pasado por venir. Colección La herencia recuperada. Gijón: Editora CICEES, 2007.
BIELSCHOWSKY, Bernardo Brasil. Patrimônio industrial e memória urbana em Blumenau/SC. 2009. 211 f. Dissertação (mestrado em Arquitetura). UFSC. Florianópolis/SC, 2009.
BOURDIEU, Pierre. O Campo Científico. In: ORTIZ, Renato (Org.). Coleção Grandes Cientistas Sociais, n. 39. São Paulo: Editora Ática, 1983. p. 122-155.
BOURDIEU, Pierre. Razões Práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996.
BRITO, Paulo Sá; VIEIRA, Luiz Cézare. Histórias de Luz. Em comemoração aos 60 anos da Celesc. Florianópolis: Officio, 2015.
CAROLA, Carlos Renato (org.) Memória e cultura do carvão em Santa Catarina: impactos sociais e ambientais. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2011.
CARVALHO, Murilo Teixeira. Patrimônio industrial, o território fabril sob a lente da (i)materialidade. 2013. 85 f. Dissertação (Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade). Universidade da Região de Joinville. Joinville/SC, 2013.
COMMITTEE FOR THE CONSERVATION OF THE INDUSTRIAL HERITAGE (TICCIH). Carta de Nizhny Tagil. Moscou, 2003. Versão em português disponível em: <http://ticcih.org/wp-content/uploads/2013/04/NTagilPortuguese.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2017.
CORDEIRO, José Manuel Lopes Cordeiro. Desindustrialização e salvaguarda do patrimônio industrial: problema ou oportunidade? Oculum Ensaios, Campinas, n. 13, p. 154-165, jun. 2011.
COSTA, Marli de Oliveira. Artes de Viver: Recriando e Reinventando Espaços-Memórias das Famílias da vila Operária Mineira Próspera/ Criciúma (1945-1961). 1999. 206 f. Dissertação. (Mestrado em História). UFSC. Florianópolis, 1999.
CUNHA, Sylvia Amélia Carneiro da. Gustavo Richard: Um republicano histórico em Santa Catarina. Brasília: Editora do Senado, 1995.
FONSECA, Karla F. Patrimônio em contraste: as ações de litígio na proteção do patrimônio edificado em Blumenau/SC (1980-2010). 2014. 210 f. Dissertação (Mestrado em História). UDESC. Florianópolis/SC, 2014.
GEOARQUEOLOGIA PESQUISA CIENTÍFICA LTDA. Relatório da prospecção arqueológica submetida ao IPHAN como requisito parcial à obtenção de Licença ambiental de instalação (LAI). Levantamento arqueológico prospectivo na área de reativação da PCH Maroim. Florianópolis, 2013.
GONÇALVES, Janice. Figuras de valor: patrimônio cultural em Santa Catarina. Itajaí: Casa Aberta, 2016.
HAMILTON, Duda; MARKUN, Paulo. CELESC: 50 anos de luz. Florianópolis: Abecelesc, 2006.
IPHAN/FNPM. Instituto do Patrimônio Histórico Artísitico Nacional/fundação Nacional pró-Memória. Projeto Industrias Familiares dos imigrantes. Obra-Tratado 0638, P.2544.1, folha 07,07. Arquivo IPHAN. Brasília: Centro Nacional de Referências Culturais, 1977.
JEUDY, Henri-Pierre. Memórias do social. Rio de Janeiro: forense Universitária, 1990.
Jornal AN Capital, Joinville, p.5, ago.1997.
Jornal Correio de Santa Catarina. São José, p.3, nov. 2009.
KALB, Christiane Heloisa. Patrimônio industrial: As memórias dos ferramenteiros em Joinville. 2013. 205 f. Dissertação (Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade). Universidade da Região de Joinville. Joinville/SC, 2013.
KÜHL, Beatriz Mugayar. Preservação do patrimônio arquitetônico da industrialização. Cotia/SP: Ateliê Editorial, 2008.
MAGALHÃES, Gildo. Da usina à população na velocidade da luz: fios elétricos e desenvolvimento. Revista Labor e Engenho, Campinas, vol.9, n.1, p. 06-18, jan-mar. 2015.
MAGALHÃES, Gildo. Força e Luz: eletricidade e modernização na República Velha. São Paulo: Editora da UNESP, 2000.
MENEGUELLO, Cristina. As ruínas do futuro e o novo patrimônio Industrial. Entrevista concedida à Anaxsuell Fernando da Silva e Wagner do Nascimento Rodrigues. UNICAMP, 2011. Disponível em: <http://periodicos.uern.br/index.php/contexto/article/viewFile/1041/569>. Acesso em: 03 ago. 2013.
MENEGUELLO, Cristina. Patrimônios sombrios, memórias difíceis. In. FLORES, Maria Bernadete; PETERLE, Patrícia. História e Arte. Herança. Memória, patrimônio. São Paulo: Rafael Copetti Editor, 2014. p. 46-65.
MENESES, Ulpiano Bezerra de. Do teatro da memória ao Laboratório de História: a exposição museológica e o conhecimento histórico. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material. São Paulo, vol. 2, n. 1, p.9-42, jan-dez. 1994.
MORTATI, Débora Marques de Almeida Nogueira. A implantação da hidroeletricidade e o processo de ocupação do território no interior paulista (1890-1930). 2013. 380 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil). UNICAMP. Campinas/SP, 2013.
PEDRO, Joana Maria. Nas tramas entre o público e o privado: A imprensa de Desterro no século XIX. Florianópolis: Editora da UFSC, 1995.
PIAZZA, Maria de Fátima Fontes; BARRETO, Maria Therezinha Sobierajski; SOUZA, Sara Regina Silveira de. A fábrica de pontas “Rita Maria” - um estudo de arqueologia industrial. Florianópolis: Editora da UFSC, 1981.
PISTORELLO, Daniela. O Brasil da diversidade? Patrimônio e paisagem cultural no projeto Roteiros Nacionais de Imigração de Santa Catarina. 2015. 221 f. Tese. (Doutorado em História). UNICAMP. Campinas/SP, 2015.
POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 2, n. 3, p. 3-15, 1989.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ. Processo de Tombamento municipal referente a Usina Hidrelétrica Gustavo Richard. PT 13923/05.
REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei federal 10848/2004 de 15 de março de 2004 que dispõe sobre a comercialização de energia elétrica. Disponível em: Acesso em: 20 de jun.2016.
REIS FILHO, Nestor Goulart. Estação da Cultura: patrimônio ferroviário do povo de Campinas. São Paulo: Via das Artes, 2004.
SÃO JOSE (Município). Decreto municipal n.18.707/2005 de 22 de setembro de 2005. Dispõe sobre o tombamento do complexo da usina de geração de energia do Sertão do Maroim e dá outras providências.
SÃO JOSE (Município). Lei orgânica do município de São José/SC. Disponível em: . Acesso em: 20 de jun. 2016.
SCHMITZ, Sérgio. Introdução à História da Iluminação Pública. Revista Ágora. Florianópolis, v. 1, n.25, p. 14-16, 1998.
SILVA, Marco Aurélio. Antiga usina será transformada em museu. Jornal Comunidade de São José, São José/SC, p.2, jun-jul. 1998.
SOTO, Anne Elise Rosa. Patrimônio industrial edificado urbano de Jaraguá do Sul/SC. 2010. 196 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura). UFSC. Florianópolis/SC, 2010.
VOLPATO, Terezinha Guasho. Os trabalhadores do carvão: a vida e a luta dos mineiros de Criciúma. 1989. 404 f. Tese. (Doutorado em Sociologia). USP. São Paulo/SP, 1989.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Autores que publicam na Revista Faces da História concordam com a cessão dos direitos autorais dos manuscritos, processo simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC-BY-NC), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Dessa forma, a Revista Faces da História pode difundir os artigos e trabalhos publicados, em formatos físicos e/ou eletrônicos, incluindo Internet.