A FICÇÃO NO LABIRINTO DA HISTÓRIA: MEMÓRIA E RESISTÊNCIA EM K., DE KUCINSKI
DOI:
https://doi.org/10.5016/msc.v28i0.1684Palavras-chave:
Ficção, História, Memória, Ditadura, ArquivoResumo
O artigo pretende discutir as relações entre literatura e história no romance K.- relato de uma busca, de Bernardo Kucinski, no qual a memória do período da ditadura militar é elaborada através da busca de um pai pela filha desaparecida. Tendo como foco os expedientes narrativos variados que mesclam na trama circunstâncias históricas e fictícias, de modo a representar o labirinto das arbitrariedades da ditadura, a análise recai lateralmente no diálogo intertextual realizado com obras de Franz Kafka, expediente que amplia sua literariedade. Entende-se, a partir de Figueiredo (2007), que o autor, irmão da militante sequestrada e morta pela repressão nos anos 70, ao ficcionalizar um drama ao mesmo tempo familiar e histórico, faz da literatura arquivo de uma etapa da história brasileira obscurecida no imaginário nacional, instância privilegiada de resistência ao esquecimento.