QUANDO AS SOMBRAS DA MODERNIDADE ILUMINAM O LEITOR PÓS-MODERNO
O NIILISMO DE MEURSAULT COMO POTÊNCIA MOBILIZADORA DE AFETOS
DOI :
https://doi.org/10.5016/msc.v23i0.1171Mots-clés :
Niilismo, Identidade, Ethos, Pós-modernidade, O estrangeiroRésumé
O objetivo deste artigo é propor uma leitura do niilismo da personagem Meursault, do romance O estrangeiro de Albert Camus (2017), como um elemento potencialmente mobilizador de uma ética para os sujeitos leitores na chamada pós-modernidade. Para tanto, iremos analisar algumas das principais teorizações de pensadores da pós-modernidade, em especial Jean-François Lyotard (2004), Stuart Hall (2011) e Zygmunt Bauman (1998), no que tange, sobretudo, à crise de sentidos legitimadores para as identidades individuais na contemporaneidade. À luz de tais concepções, e lançando mão das ferramentas teórico-metodológicas da narratologia, verifica-se que o protagonista da obra em questão revela uma potência mobilizadora de afetos para a construção de novos referenciais simbólicos ao ethos contemporâneo.