Dopinho e os descaminhos da memória de um centro clandestino de detenção em Porto Alegre
DOI:
https://doi.org/10.5016/10.5016/1808-1967.v21i1.2823Palavras-chave:
Dopinho, Patrimônio cultural, memórias traumáticas, Movimentos sociais, Ditadura civil-militar brasileiraResumo
Durante a ditadura civil-militar brasileira, instalou-se em Porto Alegre (RS) um centro clandestino de detenção, conhecido como Dopinho. Movimentos da sociedade civil, há mais de uma década, reivindicam o seu reconhecimento como sítio de memória, o que não se concretiza frente à disputa de memórias em torno do período autoritário brasileiro (1964-1985). O artigo analisa a atuação dos movimentos sociais e os processos de tombamento do imóvel nas distintas instâncias de poder, com destaque para os entraves administrativos e o peso do negacionismo e revisionismo ideológico no curso desse embate.
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