Em defesa de uma Ciência do Folclore: informação e patrimônio científico na I Exposição de Folclore no Brasil (1941)

Autores

Palavras-chave:

Exposição, Informação, Patrimônio, Folclore, Ciência do Folclore

Resumo

Este trabalho investiga a Primeira Exposição de Folclore no Brasil, criada pela Comissão de Pesquisas Populares, no Rio de Janeiro, em 1941, em defesa de uma ciência do Folclore. O trabalho, que se baseia em uma abordagem qualitativa e descritiva, fundamentada em documentos e fontes bibliográficas, demonstra como as exposições de curta duração se configuraram como espaços estratégicos de constante criação de narrativas, atreladas aos debates sobre os estudos de Folclore no Brasil. Além disso, evidencia a existência de redes intelectuais criadas para estimular a pesquisa e a documentação do folclore em perspectiva científica, contribuindo para a compreensão dos sentidos no campo da informação, dos museus e do patrimônio.

Biografia do Autor

Jean Costa Souza, Doutor em Ciência da Informação – Universidade de Brasília (UnB), Brasília, Distrito Federal

Doutor em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Culturas Populares e Graduado em Museologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Clovis Carvalho Britto, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, Distrito Federal

Professor da Universidade de Brasília (UnB) e Professor Permanente no Programa de Pós-Graduação em Museologia da UFBA. Professor Colaborador no Departamento de Museologia e Investigador colaborador no Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento da Universidade Lusófona (UL), Portugal. Pós-Doutor e Doutor em Museologia pela UL e Pós-Doutor em Estudos Culturais no Programa Avançado de Cultura Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e Mestre em Museologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Líder do Grupo de Pesquisa Museologia, Patrimônio e Memória (UnB) e membro do Grupo de Pesquisa Cultura, Memória e Desenvolvimento (UnB). Bolsista Produtividade em Pesquisa pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Referências

A I SOCIEDADE Amigos da Cidade. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 3 set. 1940, p. 5. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/089842_05/2998?pesq=%22Sociedade% 20dos%20Amigos%20da%20Cidade%22.

ALMEIDA, Renato. Inteligência do folclore. Rio de Janeiro: Americana, 1974. ALMEIDA, Renato. Vivência e projeção do folclore. Rio de Janeiro: Agir, 1971. AMARAL, Amadeu. Tradições populares. São Paulo: Hucitec, 1982.

ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. O que é Ciência da Informação? Informação & Informação, Londrina, v. 19, n. 1, p. 1-30, 2014.

ATÉ bruxas de pano e papagaios de papel. A Noite, Rio de Janeiro, 8 jan. 1941, p. 7. Disponível em: http://memoria.bn.br/docreader/348970_04/10878.

BARRETO, Aldo de Albuquerque. Uma história da Ciência da Informação. In: TOUTAIN, Lídia Maria Batista (org.). Para entender a Ciência da Informação. Salvador: EDUFBA, 2007, p. 13-34.

CARNEIRO, Edison. A sabedoria popular. 3. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2008.

CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. Reconhecimentos: Antropologia, Folclore e Cultura Popular. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2012.

CERÁVOLO, Suely Moraes. Exposições temporárias para as “senhoras e senhoritas” da sociedade baiana: o discurso performativo do Instituto Feminino da Bahia (1920 a 1968). In: Anais do V Congresso Sergipano de História e V Encontro Estadual de História da ANPUH. Aracaju: ANPUH. 2016. Disponível em: http://www.encontro2016.se.anpuh.org/ resources/anais/53/1486583730_ARQUIVO_1472552711_ARQUIVO_CERAVOLOANPUHrev isto08.016k.pdf.

CURSO de Folk-Lore. Anais da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, 1913, p. 213. Disponível em: http://memoria.bn.br/docreader/402630/37250.

FROHMANN, Bernd. O caráter social, material e público da informação na contemporaneidade. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 7, 19 a 22 nov. 2006, Marília. Anais […]. Marília: ANCIB; UNESP, 2006.

GONZÁLEZ DE GÓMEZ, Maria Nélida. A documentação e o neodocumentalismo. In: CRIPPA, Giulia; MOSTAFA, Solange Puntel (org.). Ciência da Informação e Documentação. Campinas: Alínea, p. 23–36, 2011.

KUHN, Thomas. S. A estrutura das revoluções científicas. 9. ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.

LIMA, Rossini Tavares de. A ciência do folclore. 2. ed. São Paulo: M. Fontes, 2003.

LIRA, Mariza. Primeira Exposição de Folclore no Brasil: achegas para a história do folclore no Brasil. Laemmert, 1953.

LIRA, Mariza. Pesquisas Populares. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 9 abr. 1941, p. 15. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/030015_06/9165.

LOURENÇO, Marta C. O patrimônio da ciência: importância para a pesquisa. Museologia e Patrimônio, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p. 48-53, 2009.

MARQUES, Angélica Alves da Cunha. O campo da Informação. In: CUEVAS-CERVERÓ, Aurora; SIMEÃO, Elmira (coord.). Investigación en información, documentación y sociedad. Diálogos entre Brasil y España. Madrid: Universidad Complutense de Madrid, p. 583–559, 2013.

MARTELETO, Regina Maria; PIMENTA, Ricardo Medeiros. Apresentação. In: MARTELTO, Regina Maria; PIMENTA, Ricardo Medeiros (org.). Pierre Bourdieu e as condições sociais de produção da cultura, do conhecimento e da informação. Rio de Janeiro: Garamond, 2017, p. 14–26.

MORAES, José Geraldo Vinci de. O Brasil sonoro de Mariza Lira. Temas & Matizes, Cascavel-PR, n. 10, 2006. Disponível em: https://www.memoriadamusica.com.br/site/ images/stories/O_Brasil_Sonoro.pdf.

MORAES, Júlia Nolasco Leitão de. Museu, informação artística e “poesia das coisas”: a divulgação artística em museus de arte. 2014. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: http://ridi.ibict.br/handle/123456789/807.

MORAES, Rubens Borba de; BERRIEN, Willian. Manual bibliográfico de estudos brasileiros. Brasília: Senado Federal, 1998. v. 1.

OTLET, Paul. Tratado de documentação: o livro sobre o livro teoria e prática. Brasília: Briquet de Lemos / Livros, 2018. 742 p. Edição digital em PDF. Disponível em: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/32627/1/LIVRO_TratadoDeDocumenta

%C3%A7%C3%A3o.pdf.

PORTELA, Luciana Magalhães. Brasil, terra vermelha: a história da Antropologia e o reencontro com Dina Dreyfus. 2020. Tese (Doutorado em Antropologia) - Universidade de Brasília, Brasília, 2020. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/39867.

PRIMEIRA exposição de folclore carioca. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, 1941, p. 146.

RABELLO, Rodrigo. Informação materializada e institucionalizada como documento: caminhos e articulações conceituais. Brazilian Journal of Information Studies: Researchtrends, v. 13, n. 2, p. 5-25, 2019.

RAMOS, Arthur. Estudos de Folk-lore: definição e limites. Rio de Janeiro: Casa dos Estudantes do Brasil, 1951.

RIBEIRO, Fernanda. Memória, informação e ciência da informação: relações e interdependências. In: OLIVEIRA, Eliane Braga de; RODRIGUES, Georgete Medleg (org.). Memória: interfaces no campo da informação. Brasília: UnB, 2017, p. 111-137.

SILVA, Sabrina Damasceno. Curadoria em museus de história natural: processos disruptivos na comunicação da informação em exposições museológicas de longa duração. 2015. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: https://ridi.ibict.br/handle/123456789/786.

SOCIEDADE Amigos da Cidade. Em organização a Comissão de Pesquisas Populares. Diário Carioca, Rio de Janeiro, 22 set. 1940, p. 8. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/093092_03/2580?pesq=%22Comissão%20de%20Pesquisas%20Populares%22.

VILHENA, Luís Rodolfo. Projeto e missão: o Movimento Folclórico Brasileiro (1947-1964). Rio de janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1997.

VOISENAT, Claudie. Paul Sébillot e a invenção do folclore materialista. In: Bérose - Enciclopédia Internacional de Histórias da Antropologia. Paris, 2010. Disponível em: https://www.berose.fr/article511.html?lang=fr.

WINICK, Stephen. He Coined the Word ‘Folk-Lore: The “Old Folk-Lorist” William John Thoms. The Library of Congress, 2014. Disponível em: https://blogs.loc.gov/ folklife/2014/08/he-coined-the-word-folk-lore/#locshare/share.

Downloads

Publicado

30-07-2024

Como Citar

Costa Souza, J., & Carvalho Britto, C. (2024). Em defesa de uma Ciência do Folclore: informação e patrimônio científico na I Exposição de Folclore no Brasil (1941). Patrimônio E Memória, 20(1), 1–20. Recuperado de https://seer.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/2842