A Praça Euclides da Cunha, a paisagem sertaneja materializada em um jardim histórico moderno e patrimônio cultural do Brasil

Autores

Palavras-chave:

Burle Marx, Pernambuco, Caatinga, Botânica histórica, Arte, Paisagismo

Resumo

A Praça Euclides da Cunha foi e ainda é um espaço público que provoca inquietações nos recifenses por seu motivo projetual – o sertão, que no imaginário coletivo está vinculado a uma região de sofrimento. Porém, Burle Marx soube majestosamente trabalhar os atributos ecológicos – ao recriar o microclima do sertão em uma zona litorânea – e plásticos da vegetação da caatinga. Assim, a Praça Euclides da Cunha é o único espaço público do Brasil com tais características e, por seus valores estéticos, botânicos, artísticos, históricos, ecológicos e paisagísticos é reconhecida como jardim histórico e como patrimônio cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Por sua importância no cenário do paisagismo mundial, intencionou-se, neste artigo, resgatar a história da Praça Euclides da Cunha que servirá de instrumento para intervenções de restauro, garantindo que não se cometa um falso histórico ou artístico.

Biografia do Autor

Joelmir Marques da Silva, Universidade Estadual Paulista UNESP

Pesquisador Doutor. Laboratório da Paisagem – Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Membro do International Council of Monuments and Sites (Icomos-Brasil). Avenida da Arquitetura, s/n, Universidade Federal de Pernambuco, Cidade Universitária, CEP 50740-550, Recife-Pernambuco-Brasil.

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Publicado

30-06-2018

Como Citar

Marques Silva, J. (2018). A Praça Euclides da Cunha, a paisagem sertaneja materializada em um jardim histórico moderno e patrimônio cultural do Brasil. Patrimônio E Memória, 14(1), 126–150. Recuperado de https://seer.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/3317