Dos embates da política aos canteiros da memória

a “Revolução Constitucionalista” entre o fracasso bélico e o triunfo dos ideais (1932-1934)

Autores

Palavras-chave:

Levante de 1932, Memória, Revolução Constitucionalista

Resumo

Este artigo dedica-se a discutir alguns aspectos da celebração ufanista da “Revolução Constitucionalista” de 1932, retomando, para tanto, as raízes desta comemoração nos limiares dos anos trinta. Tendo em vista que o resultado do confronto foi desfavorável aos insurrectos, indaga-se a respeito das condições históricas que permitiram a transmutação de uma derrota bélica em vitória moral. Esta questão perpassa todo o texto, trazendo à tona o rico processo de recuperação estadual posterior à revolta e que, ao contrário dela, impõe ao Governo Provisório uma nova partilha do poder. A batalha pela memória que se vivencia neste cenário ocupa papel de destaque, à medida que, num primeiro momento, ela confere alento à reorganização política de São Paulo, no ambiente seguinte goza de privilégios que erigem, narcisicamente, o lugar social de consagração da “Revolução Constitucionalista”.

Biografia do Autor

João Paulo Rodrigues, Universidade Estadual Paulista UNESP

Graduado e doutor em História pela Universidade Estadual Paulista - UNESP, com estágio pós-doutoral realizado na mesma instituição. Desde 2014, é professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde coordenou o Programa de Pós-Graduação em História-PPGH (entre 2017 e 2018), exerceu a chefia do Departamento (2022-2024) e atua hoje na vice coordenação do PPGH. 

Referências

*Fontes*

O ESTADO DE S. PAULO. São Paulo, 4 out. 1932

O ESTADO DE S. PAULO. São Paulo, 19 nov. 1933

O ESTADO DE S. PAULO. São Paulo, 27 jul. 1934

*Referências*

ABREU, Alzira Alves de (org.) et al. Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro pós-30. Rio de Janeiro: FGV, 2001.

ARENDT, Hannah. Sobre a Revolução. Lisboa: Moraes Editores, 1971.

BACZKO, Bronislaw. Imaginação Social. In: Einaudi. Lisboa: Imprensa Nacional, 1984. p. 296-332.

BEZERRA, Holien G. O Jogo do poder: Revolução Paulista de 32. São Paulo: Moderna, 1988.

BORGES, Vavy Pacheco. Memória Paulista. São Paulo: Edusp, 1997.

BRESCIANI, Stella; NAXARA, Márcia Regina (Orgs.). Memória e (res)sentimento: indagações sobre uma questão sensível. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2004.

CAPELATO, M. Helena. O Movimento de 1932: a causa paulista. São Paulo: Brasiliense, 1981.

CARVALHO, Florentino de. A Guerra Civil de 1932 em São Paulo. São Paulo: Ariel, 1932.

CHARTIER, Roger. História cultural entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1986.

COSTA, Emília Viotti da. 1932: Imagens Contraditórias. SP: Arquivo do Estado, 1982.

DAVIDOFF, Carlos Henrique. Revolução de 1932. In: Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro – Pós 1930. RJ: FGV, 2001.

DEAN, Warren. A Industrialização de São Paulo: 1880 – 1945. 2ª ed. São Paulo: Difel, 1976.

DEL PICCHIA, Menotti. O despertar de São Paulo. São Paulo: Civilização Brasileira, 1933.

ELLIS JUNIOR, Alfredo. A Nossa Guerra. São Paulo: Piratininga, 1933.

FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: Edusp/ Imprensa Oficial de SP, 2002.

FERREIRA, Antônio Celso. A epopéia bandeirante (1870-1940). São Paulo: Unesp, 2002.

FURET, François. Pensando a Revolução Francesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

KLINGER, Bertoldo (general). Narrativas Autobiográficas. Rio de Janeiro: scp, 1949-1953. 6v.

LUCA, Tânia R. de. A Revista do Brasil: Um diagnóstico para a (N)ação. São Paulo: Unesp, 1999.

POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 5, n.10, 1992.

RIOUX, Jean-Pierre. A memória coletiva. In: RIOUX, Jean-Pierre & SIRINELLI, JeanFrançois. Para uma história cultural. Lisboa: Estampa, 1998.

RODRIGUES, João Paulo. O Levante “Constitucionalista” de 1932 e a Força da Tradição: Do confronto bélico à batalha pela memória (1932-1934). 2009. 346 f. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Assis, 2009.

SILVA, Hélio R. 1932: A Guerra Paulista. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1967.

SILVA, Zélia Lopes da. A Domesticação dos Trabalhadores nos anos 30. São Paulo: Marco Zero, 1991.

SILVA, Zélia Lopes da. A República dos Anos 30. A sedução do moderno: novos atores em cena: industriais e trabalhadores na constituinte de 1933-1934. Londrina: Ed. UEL, 1999.

VILLA, Marco Antônio. 1932: Imagens de uma Revolução. São Paulo: Imprensa Oficial, 2008.

Downloads

Publicado

30-06-2012

Como Citar

Rodrigues, J. P. (2012). Dos embates da política aos canteiros da memória: a “Revolução Constitucionalista” entre o fracasso bélico e o triunfo dos ideais (1932-1934) . Patrimônio E Memória, 8(1), 182–206. Recuperado de https://seer.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/3647

Edição

Seção

Artigos Livres