Os institutos históricos e geográficos e alguns discursos sobre os negros na história da nação
Palavras-chave:
IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro), Ensino de História, Negros, Educação Política dos SentidosResumo
O objetivo principal deste artigo é trazer algumas reflexões sobre como, no final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, o IHGB e o Ensino de História foram responsáveis por moldar e cristalizar alguns conceitos, ideias, valores e comportamentos em relação aos negros dentro de um processo moderno de construção das sensibilidades. Nas cidades que estavam se modernizando, as ideias e imagens negativas sobre os negros foram construídas pelos intelectuais e seus espaços de saber, cabendo, sobretudo, à determinada literatura, à historiografia e aos professores, construírem um sentimento de nação e uma história concebida como memória nacional na qual a herança civilizatória do negro é apagada.
Referências
ANDRADA E SILVA, José Bonifácio. Projetos para o Brasil. São Paulo: Publifolha, 2000.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Livro didático e saber escolar. 1810-1910. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
_____. Identidades e ensino da história no Brasil. In: CARRETERO, M.; ROSA, A.; GONZÁLEZ, M. F. Ensino da história e memória coletiva. Porto Alegre (RS): ArtMed, 2007.
_____. Autores e editores de compêndios e livros de leitura. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30, n. 03, p. 475-491, set./dez. 2004.
DOMINGUES, Petrônio. Uma história não contada. Negro, racismo e branqueamento em São Paulo no pós-abolição. São Paulo: Senac, 2004.
FARIAS, J. B.; GOMES, F. dos S.; SOARES, C. E. L.; MOREIRA, C. E. de A. Cidades negras. Africanos, crioulos e espaços urbanos no Brasil escravista do século XIX. São Paulo: Alameda, 2006.
FRANÇA, Jean M. Carvalho. Imagens do negro na literatura brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1998.
FONSECA, Thais Nívia de Lima. Ver para compreender: arte, livro didático e a história da nação. In: SIMAN, Lana Mara de Castro e FONSECA, Thais Nívia de Lima (Org.). Inaugurando a História e construindo a nação. Discursos e imagens no ensino de História. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
GALZERANI, Maria Carolina Bovério. Políticas públicas e ensino de História. In: ARIAS NETO, José Miguel (Org.). Dez anos de pesquisas em ensino de História. Londrina: AtritoArt, 2005.
_____. Memória, história e (re)invenção educacional: uma tessitura coletiva na escola pública. In: MENEZES, Maria Cristina (Org.). Educação, Memória e História. Campinas: Mercado das Letras, 2004.
GASPARELO, Arlete Medeiros. Construtores de identidade: a pedagogia da nação nos livros didáticos da escola secundária brasileira. São Paulo:Iglu, 2004.
GAY, Peter. A experiência burguesa da Rainha Vitória a Freud: A educação dos sentidos. Tradução de Per Salter. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
GONTIJO, Rebeca. Identidade nacional e ensino de história: a diversidade como “patrimônio sociocultural”. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel (Org.). Ensino de História. Conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: FAPERJ/Casa da Palavra, 2003.
IANNI, Octávio. Raças e classes sociais no Brasil. Ed. rev. amp. São Paulo: Brasiliense, 2004.
MACEDO, Joaquim Manoel de. Lições de História do Brasil. Rio de Janeiro/Paris: Garnier, s/d.
_____. As vítimas algozes. Quadros da escravidão. Rio de Janeiro: Briguiet, 1937.
MORAES, Dislane Zerbinatti. A “tagarelice” de Macedo e o ensino de História do Brasil. História, São Paulo, v. 23, n.n 1/2, p. 85-107, 2004. (Unesp. Impresso encerrado em 2004).
MORAES FILHO, Evaristo de. Medo à utopia. O pensamento social de Tobias Barreto e Sílvio Romero. Rio de Janeiro: Nova Fronteira/Instituto Nacional do Livro/Fundação Nacional Pró – Memória, 1985.
NADAI, Elza. O ensino de História no Brasil: trajetórias e perspectivas. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 13, n. 25/26, p. 143-162, set. 92/ago. 93. (Dossiê Ensino de História)
ODÁLIA, Nilo. As formas do mesmo. Ensaios sobre o pensamento historiográfico de Varnhagen e Oliveira Vianna. São Paulo: Unesp, 1997.
RODRIGUES, Raimundo Nina. As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil. Rio de Janeiro: Guanabara, 1957.
SALGADO, Guimarães Manuel Luís. Nação e civilização nos trópicos: o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o projeto de uma história nacional. Estudos Históricos n. 01. Rio de Janeiro: FGV, 1998.
SANTOS, Gislene Aparecida dos. A invenção do ser negro. Um percurso das idéias que naturalizaram a inferioridade dos negros. São Paulo: Educ/FAPESP; Rio de Janeiro: Pallas, 2002.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças. Cientistas, instituições e questão racial no Brasil. 1870 – 1930. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
_____. Dando nome às diferenças. In: SAMARA, Eni de Mesquita (Org.). Racismo & Racistas. São Paulo: Humanitas FFLCH/USP, 2001.
SILVA, Aldo José Morais. Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. Origens e estratégias de consolidação institucional – 1894-1930. 2006. 252p. Tese (Doutorado em História). Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2006.
VARNHAGEN, Francisco Adolfo. História Geral do Brasil. Antes de sua separação e independência de Portugal. 4. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1948. (v. 1)
_____. História Geral do Brasil. Antes de sua separação e independência de Portugal. 4. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1951. (v. 3)
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2011 Patrimônio e Memória
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY.
