O que ensina também pode divertir, mas nem tudo o que diverte ensina

os debates da comissão nacional de literatura infantil (1936-1938)

Autores

Palavras-chave:

Literatura Infantil, CNLI, Estado Novo

Resumo

Em 1936, o Ministério Capanema criou a Comissão Nacional de Literatura Infantil com o intuito de gerar subsídios para políticas públicas de formação de leitores. Este artigo objetiva problematizar o que a CNLI, criada no início do Estado Novo, compreendeu conceitualmente a literatura infantil. Para isso, foram analisados os documentos recolhidos junto ao CPDOC/FGV e abordados os critérios usados por aquela Comissão Nacional de Literatura Infantil para delimitar o literário nas produções escritas para crianças. Constatouse que, embora o critério do lúdico seja primeiramente sublinhado como definidor da literatura infantil, o pedagógico não é com isso excluído, mas, pelo contrário, ao fim decisivo. Isso leva a concluir que é o conceito ideológico acerca da literatura infantil – nacionalismo, utilitarismo, entre outros – que se pode observar operando nas avaliações da CNLI.

Biografia do Autor

Celdon Fritzen, Universidade Estadual Paulista UNESP

Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Santa Catarina (1990), mestrado em Letras pela Universidade Federal de Santa Catarina (1993) e doutorado em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (2000). Atualmente é professor associado da Universidade Federal de Santa Catarina na área de Literatura Portuguesa e atua no Mestrado Profissional em Letras. Tem experiência nas área de Letras e de Educação, com ênfase em Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura, educação, modernidade, currículo, infância.

Gladir da Silva Cabral, Universidade Estadual Paulista UNESP

Possui graduação em Letras pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (1991), mestrado em Letras (Inglês e Literatura Correspondente) pela Universidade Federal de Santa Catarina (1996) e doutorado em Letras (Inglês e Literatura Correspondente) pela Universidade Federal de Santa Catarina (2000). Atualmente é professor da Universidade do Extremo Sul Catarinense, no curso de Letras e no Programa de Pós-Graduação em Educação. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Inglesa e Norte-Americana, mas atua também na área de Teoria Literária e no Mestrado em Educação. Desenvolve pesquisa principalmente nos seguintes temas: educação e identidade cultural, literatura, linguagem e escrita de si. Já foi presidente do Conselho Editorial da Unesc (2000-2010).

Referências

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Publicado

30-12-2011

Como Citar

Fritzen, C., & Silva Cabral, G. (2011). O que ensina também pode divertir, mas nem tudo o que diverte ensina: os debates da comissão nacional de literatura infantil (1936-1938). Patrimônio E Memória, 7(2), 127–139. Recuperado de https://seer.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/3769