Memória em Disputa: O Memorial da Luta pela Justiça como Espaço de Resistência e Identidade
Resumo
Este artigo analisa o futuro Memorial da Luta pela Justiça, localizado no antigo prédio das Auditorias Militares em São Paulo, como lugar de memória. Discute também seu papel na preservação da memória política e na construção de identidades coletivas. Por meio da ressignificação de um espaço anteriormente associado à repressão durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), o Memorial atua como dispositivo de denúncia, reparação simbólica e elaboração do trauma coletivo. O estudo examina as disputas simbólicas e políticas em torno deste espaço patrimonializado, apoiando-se em teóricos como Pierre Nora e Elizabeth Jelin, para compreender como lugares de memória contribuem para a formação de uma consciência histórica e cidadã. A pesquisa evidencia a importância do Memorial como instrumento de educação em Direitos Humanos e estratégia de resistência ao esquecimento, inserindo-se no debate contemporâneo sobre políticas públicas de memória no Brasil.
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