Memória em Disputa: O Memorial da Luta pela Justiça como Espaço de Resistência e Identidade

Autores

Resumo

Este artigo analisa o futuro Memorial da Luta pela Justiça, localizado no antigo prédio das Auditorias Militares em São Paulo, como lugar de memória. Discute também  seu papel na preservação da memória política e na construção de identidades coletivas. Por meio da ressignificação de um espaço anteriormente associado à repressão durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), o Memorial atua como dispositivo de denúncia, reparação simbólica e elaboração do trauma coletivo. O estudo examina as disputas simbólicas e políticas em torno deste espaço patrimonializado, apoiando-se em teóricos como Pierre Nora e Elizabeth Jelin, para compreender como lugares de memória contribuem para a formação de uma consciência histórica e cidadã. A pesquisa evidencia a importância do Memorial como instrumento de educação em Direitos Humanos e estratégia de resistência ao esquecimento, inserindo-se no debate contemporâneo sobre políticas públicas de memória no Brasil.

Biografia do Autor

Beatriz Couto, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Doutoranda e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, especialista em Arte: Crítica e Curadoria pela mesma instituição e bacharel em Jornalismo pela UFSM, com intercâmbio na Universidade de Coimbra. Seus interesses de pesquisa incluem jornalismo e memória, etnografia no jornalismo, regimes de exceção na América Latina e as relações entre arte e sociedade.

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Publicado

08-09-2025

Como Citar

Couto, B. (2025). Memória em Disputa: O Memorial da Luta pela Justiça como Espaço de Resistência e Identidade. Patrimônio E Memória, 21(1), 1–21. Recuperado de https://seer.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/3875