Um solar de memórias
guardadores de papéis e iconografias da intimidade
Palabras clave:
Gilberto Freyre (1900-1987), Manuel Bandeira (1886-1968), Modernismo brasileiro, CorrespondênciaResumen
No diálogo epistolar entre Gilberto Freyre e Manuel Bandeira, suportes paralelos às suas cartas, tais como cartões-postais, imagens e mesmo um livro de autógrafos, apresentam particular interesse. Ao lado da leitura de uma parte desse material, são analisadas práticas informais de preservação de objetos relacionados a círculos restritos de amigos e familiares, focando, também, aspectos ligados à formação de arquivos pessoais, que podem eventualmente ser disponibilizados ao público. Por fim, será possível discutir a dinâmica da sociabilidade do período e sua relação com o processo modernizador em curso no Brasil da primeira metade do século XX, quando, a despeito do acelerado desenvolvimento econômico e das mudanças políticas, as fronteiras das esferas pública e privada ainda eram evidentemente misturadas.
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