Sob um parque, pulsa um rio
caminhos da memória de um Projeto de Paisagem para o Capibaribe
DOI:
https://doi.org/10.5016/pem.v14i1.3314Palavras-chave:
Paisagem, Rios, Parque, Capibaribe, RecifeResumo
A cidade do Recife no Nordeste do Brasil, cortada por rios e banhada pelo mar, tem nas águas sua principal característica. Entre os seus rios, o Capibaribe se destaca pelo traçado, por sua importância histórica, tendo sido no passado um dos principais eixos de ocupação do território. Em seu percurso, diferentes unidades de paisagens constituem a sua fisionomia que se alarga além da calha, encharcando e dando identidade à cidade. Esta paisagem da memória foi definidora do projeto Parque Capibaribe: Caminho das Capivaras, em desenvolvimento pelo InCiti – Pesquisa e Inovação para as Cidades da Universidade Federal de Pernambuco –, em convênio com a Prefeitura do Recife. Se um projeto de paisagem exige percepção, análise e apropriação de valores, redesenhar o Capibaribe como Parque, demonstrou a força que essa linha d’água impõe, como paisagem. É sobre esse pulsar anterior e seu rebatimento conceitual no projeto, que se propõe a discutir.
Referências
BESSE, Jean-Marc. O gosto do mundo: exercícios de paisagem. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2014.
CANCELA D’ABREU, Alexandre; BOTELHO, Maria João; OLIVEIRA, Maria do Rosário; AFONSO, Marta. A paisagem na revisão dos PDM: orientações para a implementação da Convenção Europeia da Paisagem no âmbito municipal. Lisboa: Direção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano, 2011.
CASTRO, Josué de. Fatores de localização da cidade do Recife. Brasil: Imprensa Nacional, 1948.
CASTRO, Josué de. Visões do Recife. In: SOUTO MAIOR, Mário; SILVA, Leonardo Dantas (Org.). O Recife: quatro séculos de sua paisagem. Recife: Massangana: Prefeitura da Cidade do Recife, 1992. p. 253-261.
CAVALCANTI, Rafaela dos Santos; MELO, Leonardo César de Oliveira; MONTEIRO, Circe Maria Gama. Como resgatar a relação da cidade com os ambientes naturais: projeto Parque Capibaribe, Recife – PE. In: Periódico Técnico e Científico Cidades Verdes. v. 03, n. 08, p. 33-48, 2015.
CONVENÇÃO EUROPEIA DA PAISAGEM. Decreto n. 4/2005. Florença, 20 out. 2000.
CORAJOUD, Michel. A paisagem é o lugar onde o céu e a terra se tocam. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo (Coord.). Filosofia da paisagem. Uma antologia. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2011. p. 215-225.
COSCUELA, Alex Tarroja. La dimensión social del paisaje. In: BUSQUET, Jaume; CORTINA, Albert. (Coord.). Gestión del paisaje. Manual de protección, gestión y ordenación del paisaje. Barcelona: Editorial Ariel, S. A., 2009. p. 239-251.
DE LA MORA, Luís. Os movimentos sociais na formação e transformação do espaço urbano recifense. In: REZENDE, Antonio Paulo. Recife: que história é essa? Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1987. p. 255-265.
DINIZ, Fabiano.; ROCHA, Danielle; FERRAZ, Werther; ALENCAR, Anna Karina. Na fonte das cidades, as águas e as pessoas: a experiência do projeto Parque Capibarive no bairro das Graças (Recife, Brasil). In: 5ª Conferência Internacional da Rede Lusófona de
Morfologia Urbana, 2016, Guimarães – Portugal. Os Espaços da Morfologia Urbana. Guimarâes: Escola de Arquitectura da Universidade do Minho, 2016. p. 727-736.
FONT, Joan Nogué; MARTÍ, Pere Sala. Los catálogos de paisaje. In: BUSQUETS, Jaume; CORTINA, Albert. (Coord.). Gestión del paisaje. Manual de protección, gestión y ordenación del paisaje. Barcelona: Editorial Ariel, S. A., 2009. p. 397-426.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Capunga: crônica de um bairro recifense. In: SOUTO MAIOR, Mário; SILVA, Leonardo Dantas (Org.). O Recife: quatro séculos de sua paisagem. Recife: Massangana: Prefeitura da Cidade do Recife, 1992. p. 263-281.
MERLEAU-PONTY, Maurice. A Natureza. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
NARANJO, Florencio Zoido. El Convenio Europeo del Paisaje. In: BUSQUETS, Jaume; CORTINA, Albert. (Coord.). Gestión del paisaje. Manual de protección, gestión y ordenación del paisaje. Barcelona: Editorial Ariel, S. A., 2009. p. 299-315.
OLIVEIRA, Valdemar de. Geologia da planície do Recife: contribuição ao seu estudo. Recife: Oficinas Gráficas do Jornal do Commercio, 1942.
PREFEITURA DO RECIFE. Unidade Protegida da Ilha do Zeca. Decreto n. 26.723/2012.
ROCHA, Tadeu. Geografia poética do Recife. In: SOUTO MAIOR, Mário.; SILVA, Leonardo Dantas (Org.). O Recife: quatro séculos de sua paisagem. Recife: Massangana: Prefeitura da Cidade do Recife, 1992. p. 289-298.
ROGER, Alain. Breve tratado del paisaje. Madrid: Biblioteca Nueva, 2007.
SERRÃO, Adriana Veríssimo. Paisagem, uma categoria em transição. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo. (Coord.). Filosofia e arquitectura da paisagem. Um manual. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2012. p. 317-332.
SIMMEL, Georg. A filosofia da paisagem. Tradução: Artur Morão. Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2009 [1913]. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/simmel_georg_filosofia_da_paisagem.pdf. Acesso em: 5 mai. 2011.
VERAS, Lúcia Maria de S. C.; BEZERRA, Onilda; SÁ CARNEIRO, Ana Rita; SILVA, Joelmir Marques da. Proteção legal das praças de Burle Marx no Recife. In: Anais [do] XIII Encontro Nacional de Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura. Salvador: FAUUFBA, 2016. p. 408-417.
VERAS, Lúcia Maria de Siqueira Cavalcanti. De Apé-puc a Apipucos: numa encruzilhada, a construção e permanência de um lugar urbano. Recife: Bagaço, 1999.
______. Paisagem-postal: a imagem e a palavra na compreensão de um Recife urbano. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Lúcia Maria de Siqueira Cavalcanti Veras

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY.