Diálogos Epistolares e a Construção de um “Campo"

a escrita do folclore em Goiás nas correspondências institucionais (1948/1978)

Autores

Palavras-chave:

Folclore, Comissão Goiana de Folclore, Instituições, Campo intelectual, Correspondências epistolares

Resumo

O movimento de institucionalização do folclore, no Brasil, teve início com a Comissão Nacional do Folclore, criada em 1947. Nos anos seguintes, esse movimento se capilarizou por meio de diversas comissões regionais responsáveis pela criação de uma grande rede nacional de folcloristas que, exortada pelo ideal de missão, promoveu eventos, inquéritos e pesquisas sobre o folclore e incentivou a escrita de diversos textos sobre a vida cultural dos estados. Neste artigo, apresenta-se a trajetória da Comissão Goiana de Folclore, criada em 1948, analisando as correspondências epistolares trocadas entre os secretários dessa comissão regional e os da comissão nacional, a fim de compreender os percursos da construção do folclore como “campo intelectual”, por meio da subjetividade dos
seus autores. Analisa-se, também, as relações desse movimento com as políticas culturais dos anos de 1940 a 1980, quando se acreditava que o povo, as suas práticas e tradições deviam ser protegidas e resgatadas para compor uma identidade nacional.

Biografia do Autor

Mônica Martins da Silva, Universidade Estadual Paulista UNESP

Possui graduação em História pela Universidade Federal de Goiás (1996), mestrado em história pela mesma instituição (2000) e doutorado em História pela Universidade de Brasília (2008). Em 2020, realizou estágio pós-doutoral na Universidad Autónoma de Barcelona, na área de Didactica de las Ciencias Sociales. Atua na área de História, com ênfase no campo do ensino de história e as suas relações com a educação patrimonial, a educação para as relações étnico-raciais e a formação de professores. 

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Publicado

30-12-2012

Como Citar

Martins Silva, M. (2012). Diálogos Epistolares e a Construção de um “Campo": a escrita do folclore em Goiás nas correspondências institucionais (1948/1978) . Patrimônio E Memória, 8(2), 26–51. Recuperado de https://seer.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/3657