“State racism,” “necropolitics” and the production of “bare lives”

an introduction to transfeminicide in contemporary Brazil

Authors

  • João Marcelo de Oliveira Cezar Universidade de São Paulo (USP)

Keywords:

State of exception. Necropolitics. State racism. Bare lives. Transfeminicide.

Abstract

In this work, the Foucauldian concept of “biopower” is related to the notions of “necropolitics”, elaborated by Achille Mbembe, and “bare lives”, by Giorgio Agamben. Based on these three theoretical frameworks, we will analyze how some lives can be considered less important than others and how they are part of a death policy that calculates and defines livable and killable bodies. The objective is to create a concatenation of the three concepts mentioned, as a way of interpreting the phenomenon of violence, lethal or not, which is directed at “unimportant”, marginalized bodies, almost like a “law that occurs outside the law”, made possible by a kind of permanent “state of exception”. To deepen this theoretical discussion and better analyze whether these conceptual operators are linked to the Brazilian context, a brief problematization will be carried out, based on the problem of “transfeminicide”. In this context, we will highlight the specificities of the dossiers and reports on murders and violence against trans people, released by the National Association of Transvestites and Transsexuals (ANTRA) between 2017 and 2021.

References

AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: poder soberano e vida nua. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

BAHIA, A. G. M. F. M.; BOMFIM, R.; SALLES, V. T. NECROPOLÍTICA TRANS: o gênero, cor e raça das LGBTI que morrem no Brasil são definidos pelo racismo de Estado. Argumenta Journal Law, Jacarezinho - PR, n. 31, p. 153-170, fev. 2020. Disponível em: http://seer.uenp.edu.br/index.php/argumenta/article/view/1727. Acesso em: 19 de out. de 2021.

BAPTISTA, Luis Antonio. A atriz, o padre e a psicanalista – os amoladores de facas. In: Cidade dos Sábios. São Paulo: Summus, 1999. p. 45-49.

BENEVIDES, Bruna G.; SIMPSON, Keila. Dossiê: Assassinatos e Violência contra Travestis E Transexuais no Brasil em 2017. 2018. Disponível em: https://antrabrasil.files.wordpress.com/2018/02/relatc3b3rio-mapa-dos-assassinatos-2017-antra.pdf. Acesso em 09 out. 2021.

BENEVIDES, Bruna G.; NOGUEIRA, Sayonara Naider Bonfim. Dossiê: Assassinatos e Violência contra Travestis E Transexuais no Brasil em 2018. 2019. Disponível em: https://antrabrasil.files.wordpress.com/2019/12/dossie-dos-assassinatos-e-violencia-contra-pessoas-trans-em-2018.pdf. Acesso em 09 out. 2021.

BENEVIDES, Bruna G.; NOGUEIRA, Sayonara Naider Bonfim. Dossiê: Assassinatos e Violência contra Travestis E Transexuais no Brasil em 2019. 2020. Disponível em: https://antrabrasil.files.wordpress.com/2020/01/dossic3aa-dos-assassinatos-e-da-violc3aancia-contra-pessoas-trans-em-2019.pdf , Acesso em 09 out. 2021.

BENEVIDES, Bruna G.; NOGUEIRA, Sayonara Naider Bonfim. Dossiê: Assassinatos e Violência contra Travestis E Transexuais no Brasil em 2020. 2021a. Disponível em: https://antrabrasil.files.wordpress.com/2021/01/dossie-trans-2021-29jan2021.pdf , Acesso em 09 out. 2021.

BENEVIDES, Bruna G.; NOGUEIRA, Sayonara Naider Bonfim. BOLETIM Nº 002-2021. 2021b. Disponível em: https://antrabrasil.files.wordpress.com/2021/07/boletim-trans-002-2021-1sem2021-1.pdf , Acesso em 09 out. 2021.

BENTO, Berenice. Brasil: o país do transfeminicídio. In: Centro latino-americano em sexualidade e direitos humanos, 2014. Disponível em: http://www.clam.org.br/uploads/arquivo/Transfeminicidio_Berenice_Bento.pdf , Acesso em 09 out. 2021.

BENTO, Berenice. Transfeminicídio: violência de gênero e o gênero da violência. In: COLLING, Leandro. Dissidências sexuais e de gênero. Salvador: Edufba, 2016. p. 43-68.

BENTO, Berenice. Necrobiopoder: Quem pode habitar o Estado-nação? Cad. Pagu [online]. 2018, n.53, e185305. Epub 11-Jun-2018.

BERTO, I. N. C. O grande silêncio: invisibilidade e transfeminicídio no Brasil. In: XI SEMINÁRIO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS HUMANAS – SEPECH Humanidades, Estado e desafios didático-científicos. Londrina, 2016, p. 1281-1284.

BICALHO, P. P. G.; CASSAL, L. C. B. Homofobia e sexualidade: o medo como estratégia de biopoder. Revista de Psicologia da UNESP 10(2), 2011. p. 57-64

BRANCO, G. C. Racismo, individualismo, biopoder. Revista de filosofia Aurora, v. 21, n. 28 (2009) p. 29-38

BUTLER, Judith. Vida Precária: os poderes do luto e da violência. Belo Horizonte: Autêntica editora, 2019.

CAMARA, Heloisa Fernandes. A máquina feminicida: homo sacer e campos em Ciudad Juárez. Profanações, Ano 2, n. 2, p.97-110, 2015.

CAMILO, J. A. O.; FURTADO, R. N. O conceito de biopoder no pensamento de Michel Foucault. Rev. Subj. [online], vol. 16, n. 3, pp. 34-44, 2016.

CASTRO, A. G.; WERMUTH, M. A. D. O abandono das “vidas nuas” e a configuração biopolítica do “bando soberano” na sociedade contemporânea. Profanações, ano 6, p. 168-188, 2019.

DINIZ, F. R. A.; OLIVEIRA, A. A. FOUCAULT: DO PODER DISCIPLINAR AO BIOPODER. Scientia vol. 2, n. 3, p. 01 - 217, nov. 2013/jun. 2014.

DUARTE, André. Sobre a biopolítica: de Foucault ao século XXI. Revista Cinética 1, 1-16, 63, 2008.

ESTÉVEZ, A. Biopolítica y necropolítica: ¿constitutivos u opuestos? Espiral, Estudios sobre Estado y Sociedad, Vol. XXV, No. 73 Septiembre / Diciembre de 2018.

FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade: Curso dado no Collège de France (1975-1976). São Paulo: Martins Fontes. 1999.

FOUCAULT, Michel Sobre a arqueologia das ciências: resposta ao Círculo de Epistemologia. In: Motta, Manoel da (Org.). Ditos e escritos II: arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Rio de Janeiro: Forense. p.82-118. 1.ed., 1968. 2000a.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. 15 ed. Rio de Janeiro: Graal, 2000b.

FOUCAULT, Michel. Os anormais: curso Collège de France (1974-1975) / Michel Foucault; tradução Eduardo Brandão. - São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão, tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 2013.

FRANCO, F. L. F. N. Da biopolítica à necrogovernamentalidade: um estudo sobre os dispositivos de desaparecimento no Brasil. Tese de Doutorado (Filosofia) – Universidade de São Paulo. 2018. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-25022019-112250/pt-br.php , Acesso em: 19 de out. de 2021.

HARDY-VALLÉE, B. Que é um conceito? São Paulo: Parábola, 2013.

HEFFES, O. D. Foucault e Agamben ou as diferentes formas de pôr em jogo a vida. In: Revista Aulas, Dossiê Foucault, v.1, n. 3, 2007.

HILÁRIO, L. C. Da biopolítica À necropolítica: variações foucaultianas na periferia do capitalismo. Sapere Aude – Belo Horizonte, v.7, n. 12, p. 194-210, 2016.

IZQUIERDO, J. G. La conceptualización del racismo en Michel Foucault. Interdisciplina, Vol 2, N. 4 (2014).

KOSELLECK, R. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto ED. PUC-Rio, 2006.

LACERDA, R. C.; ROCHA, L. F. Fazer viver e deixar morrer: os mecanismos de controle do biopoder segundo Michel Foucault. Kínesis – Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia, v. 10, n. 22, 2018, p. 148-163.

LIMA, Fátima. Bio-necropolítica: diálogos entre Michel Foucault e Achille Mbembe. Arquivos Brasileiros de Psicologia; Rio de Janeiro, 70 (no.spe.): 20-33, 2018.

MAIA, Antonio. DO BIOPODER À GOVERNAMENTALIDADE: sobre a trajetória da genealogia do poder. In: Currículo sem Fronteiras, v.11, n.1, pp. 54-71, Jan/Jun 2011.

MARTINS, L. M. O significado político do homo sacer na filosofia de Giorgio Agamben. In: InterSciencePlace, n°1, volume 11, artigo n°2, janeiro/março 2016, p.23-41.

MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo, n-1 edições, 2018.

PINHEIRO, T. D.; ARAÚJO, K. S. S. Mortes que precedem a morte: trilhas e particularidades para a compreensão do transfeminicídio. In: Inter-Legere – Revista de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN Natal RN, n°21, 2017, p.43-62.

PINHEIRO, T. D. Entre dados e dúvidas: uma análise do transfeminicídio no Brasil. Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/32489/1/Entredadosduvidas_Pinheiro_2021.pdf , Acesso em 09 out. 2021.

PEIXOTO, E. S. Análise sobre a concepção de vida nua: por uma política vital. In: Investigação Filosófica, v.11, n.1, 2020, p.93-104.

PELBART, P. P. Foucault versus Agamben? In: Ecopolítica, n.5, 2013, p. 50-64.

PEROSINO, M. C. Tanatopolítica: una aproximación a la administración de la muerte – De Foucault a Agamben. In: Observaciones Filosoficas, 2011.

SOARES, A. O. Biopoder: poder e governamentalidade. 2013. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-115/biopoder-poder-e-governamentalidade/ , Acesso em: 19 de out. de 2021.

STREVA, J. M. O poder de matar do Estado em Michel Foucault: Uma investigação sobre o racismo. In: Kiffer, Ana et al. (org.). Reinvenções de Foucault. Rio de Janeiro: Lamparina, CAPES and FAPERJ, 2018. pp. 59-68.

TÓTORA, S. Foucault: Biopolítica e governamentalidade neoliberal. In: Revista de Estudos Universitários - REU, v. 37, n. 2, 2011, p.81-100.

VALERIO, R. G. Sobre a biopolítica de Giorgio Agamben: entre Foucault e Arendt: Array. Griot: Revista de Filosofia, [S. l.], v. 8, n. 2, p. 175-189, 2013.

Published

2024-07-25

How to Cite

DE OLIVEIRA CEZAR, João Marcelo. “State racism,” “necropolitics” and the production of “bare lives”: an introduction to transfeminicide in contemporary Brazil. Faces da História, [S. l.], v. 11, n. 1, p. 59–79, 2024. Disponível em: https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/2671. Acesso em: 26 jul. 2024.