A REPRESENTAÇÃO DA CIDADE DISTÓPICA EM ZERO DE IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO
DOI:
https://doi.org/10.5016/msc.v28i0.1686Palavras-chave:
Utopia, Zero, Distopia, Sátira, Carnavalização narrativaResumo
RESUMO:
O modelo embrionário de representação realista de uma sociedade injusta − a Inglaterra do século XVI −, narrado no Livro I da Utopia de Thomas More parece ter se desenvolvido e triunfado na prosa de ficção pós-moderna em representações de sociedades cujos governos autoritários tanto reificam ou exterminam os atores sociais quanto os devolvem a um estado de barbárie que se abre para todas as formas da violência. A razão da preeminência das representações realistas distópicas parece ser o recrudescimento do Estado liberal democrático e a ascensão dos governos totalitários no século XX, vistos tanto na dimensão do controle absoluto da vida dos indivíduos promovido pela experiência comunista quanto da supressão das garantias individuais no estado de exceção fascista. Neste ensaio, comento a representação pós-moderna da sociedade distópica e, a par dessa reapropriação poética, os aspectos formais do discurso contraideológico orientado pela poética do riso na representação do romance Zero de Ignácio de Loyola Brandão.