Jardins brasileiros em perspectiva histórica

Notas sobre as origens, as funções e o projeto das praças do Recife

Autores

Palavras-chave:

Jardins, Arquitetura da paisagem, História, Séculos XIX e XX, Brasil

Resumo

Este texto investiga os jardins públicos brasileiros considerando suas origens, funções e projeto no final do século XIX e início do XX. Examina, em particular, as praças ajardinadas construídas na cidade do Recife, levando em consideração sua relação com os espaços urbanos preexistentes e construções adjacentes, bem como o papel da vegetação, traçado, elementos aquáticos, esculturas e outros ornamentos e equipamentos. Desse modo, o texto divide-se em quatro partes. Primeiro, apresenta o contexto do desenvolvimento dos jardins públicos nas cidades brasileiras, os quais abrangiam passeios, praças e parques. Segundo, discute as origens do conceito de “square” e sua disseminação em países estrangeiros. Terceiro, analisa as praças ajardinadas do Recife, traçando analogias entre elas e suas congêneres europeias. Por fim, é nossa intenção lançar luz sobre a cultura “jardinística” brasileira bem como sobre a importância da preservação dos jardins públicos em razão de seus significados históricos, culturais, sociais e ecológicos, especialmente considerando o alto grau de urbanização das cidades pós-industriais. 

Biografia do Autor

Aline Figueirôa Silva, Universidade Estadual Paulista UNESP

Arquiteta e urbanista com mestrado em Desenvolvimento Urbano, doutorado em Arquitetura e Urbanismo na área de Paisagem e Ambiente. Professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Pesquisador Colaborador do Laboratório de Paisagens da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Rua Caetano Moura, 121, Federação, 40210-905, Salvador-BA, Brasil.

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Publicado

30-06-2018

Como Citar

Figueirôa Silva, A. (2018). Jardins brasileiros em perspectiva histórica: Notas sobre as origens, as funções e o projeto das praças do Recife. Patrimônio E Memória, 14(1), 111–125. Recuperado de https://seer.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/3316