CACHAÇA VERSUS CAFÉ

A GUERRA DAS SUBSTÂNCIAS NOS CORPOS E NAS CIDADES (FINAL DO SÉCULO XIX E COMEÇO DO XX)

Autores

Palavras-chave:

Taberna, Botequim, Cafeteria, São Paulo

Resumo

O artigo aborda disputas entre o café e a cachaça, a taberna e a cafeteria, no campo do pensamento médico e científico e também no espaço da cidade de São Paulo, no final de século XIX e começo do XX. A análise percorre alguns traços das relações sociais que permeiam o consumo dessas bebidas, desvelando gestos e sensibilidades do cotidiano da cidade, captando costumes, modos de vida e sujeitos extintos. Ou seja, o objetivo é explorar uma cultura gestual, material e sensível, historicamente construída, ligada à cachaça e ao café, seus objetos, suas maneiras de saborear e lugares de consumo.

Biografia do Autor

Daisy de Camargo, Universidade Estadual Paulista UNESP

Possui graduação e mestrado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1998). Doutorado em História pela Universidade Estadual Paulista - Campus de Assis, com bolsa Fapesp. Trabalhou no Museu da Imagem e do Som de São Paulo, no Memorial do Imigrante e no CONDEPHAAT. Tem experiência na área de Patrimônio, Arquivos, Iconografia e História, com ênfase em História do Brasil Império e República, atuando principalmente nos seguintes temas: anarquismo, imprensa, cultura material e história das sensibilidades. Possui artigos publicados em revistas científicas.

Referências

BARREIRO, José Carlos. A rua e a taberna: algumas considerações teóricas sobre cultura popular e cultura política. História, São Paulo: UNESP, 1997. p. 181.

BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalismo. Lisboa: Cosmos, 1970.

BRUNO, Ernani da Silva. História e tradições da cidade de São Paulo. São Paulo: Hucitec, 1991.

CASCUDO, Luís da Câmara. O prelúdio da cachaça. Belo Horizonte: Itatiaia, 1986.

CHERNOVIZ, Pedro Luiz Napoleão. Diccionario de medicina popular (em que sem descrevem, em linguagem accommodada à intelligencia das pessoas estranhas à sciencia medica). 3. ed. Paris: Em casa do autor, 1862. v. 2. p. 125–126.

CORBIN, Alain. Saberes e odores: o olfato e o imaginário social nos séculos XVIII e XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 11.

CÓDIGO de Posturas da Cidade de São Paulo. Arquivo Municipal. Seção de Manuscritos – Livro: 1830/73 v. 731. Postura de 25 de outubro de 1847, aprovada provisoriamente pelo Governo Provincial em 15 de novembro do dito ano.

COMPLETO Almanak Administrativo, Commercial e Profissional do Estado de São Paulo para 1895. 9. ano. Reorganizado segundo os decretos por Canuto Thorman. São Paulo: Companhia Industrial de São Paulo, 1895.

GALENO. Postulada por Galeno, médico romano (129 d.C. – 216 d.C.).

HIPÓCRATES. Corpus legado por Hipócrates, médico grego (c. 460 – 377 a.C.).

MARTINS, Ana Luiza. História do café. São Paulo: Contexto, 2008.

MARTINS, Antonio Egydio. São Paulo antigo (1554–1910). São Paulo: Paz e Terra, 2003.

MEDINA, Cremilda (Org.). Ó freguesia, quantas histórias. São Paulo: ECA/USP, 2000.

PORTER, Roy. Das tripas coração: uma breve história da medicina. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2004.

REVISTA Brasil Médico. Revista semanal de medicina e cirurgia. Ano XII. Rio de Janeiro, 1898.

SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem à Província de São Paulo. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1976. p. 143.

SCHIVELBUSCH, Wolfgand. Histoire des stimulants. Paris: Galimard, 1991.

SCHMIDT, Afonso. São Paulo de meus amores. São Paulo: Paz e Terra, 2003. p. 93–94.

SCHNITZLER, Arthur. La ronda. Tradução de Carme Serrallonga; adaptação de Feliu Formosa. Barcelona: Institut del Teatre de la Diputació de Barcelona, 1987. Título original: Der Reigen.

VIGARELLO, Georges. Le sain et le malsain. Paris: Seuil, 1993.

VIGARELLO, Georges. O trabalho dos corpos e do espaço. Projeto História, São Paulo: PUC/SP, n. 13, jun. 1996.

Downloads

Publicado

30-10-2009

Como Citar

Camargo, D. (2009). CACHAÇA VERSUS CAFÉ: A GUERRA DAS SUBSTÂNCIAS NOS CORPOS E NAS CIDADES (FINAL DO SÉCULO XIX E COMEÇO DO XX) . Patrimônio E Memória, 5(1), 22–38. Recuperado de https://seer.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/3842