A PERMANÊNCIA DO PASSADO E O SILENCIAMENTO DAS VÍTIMAS DO AUTORITARISMO EM A NOVA ORDEM, DE BERNARDO KUCINSKI

Autores

  • Weverson Dadalto Ifes/Ufes
  • Fabíola Simão Padilha Trefzger Ufes

DOI:

https://doi.org/10.5016/msc.v28i0.1635

Palavras-chave:

Bernardo Kucinski, A nova ordem, Elaboração do passado, Autoritarismo, Violência

Resumo

No romance distópico A nova ordem (2019), de Bernardo Kucinski, o ponto de vista narrativo privilegia os líderes de um regime político totalitário instalado no Brasil; pouca ou nenhuma voz é concedida aos sujeitos aniquilados pelo estado de exceção. Essa escolha narrativa parece contrastar com a obra ficcional anterior do autor, na maior parte relacionada à memória das vítimas da ditadura militar brasileira. A partir dessa constatação inicial, este artigo pretende discutir a relação entre narração ficcional, por um lado, e elaboração do passado, crítica do tempo presente e perspectivas de futuro, por outro. Para isso, será observada a permanência do autoritarismo e da violência no Brasil, o que resulta no silenciamento dos grupos minoritários e das vozes políticas de resistência ao fascismo. A partir das teorias de Benjamin (2012), Adorno (2012), Chaui (2017), Ginzburg (2017) e Seligmann-Silva (2019), entre outros, pretende-se demonstrar como a distopia elaborada por Kucinski propõe um cenário ficcional que projeta para o futuro as possíveis consequências das tendências fascistas observáveis no presente.

Biografia do Autor

Weverson Dadalto, Ifes/Ufes

É licenciado em Letras Português pela Universidade Federal do Espírito Santo (2007), mestre em Letras (Estudos Literários) pela mesma Universidade (2010) e doutorando em Letras, também pela Ufes. Dedica-se especialmente ao estudo de literatura brasileira contemporânea e da obra de Julio Cortázar. Atuou como professor e coordenador do curso de Licenciatura em Letras da Faculdade Saberes - Vitória ES. Atualmente é professor do Ifes - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, Campus Vitória. No ensino superior, ministra disciplinas nas áreas de estudos literários e literatura brasileira.

Fabíola Simão Padilha Trefzger, Ufes

É professora de teoria da literatura e literaturas de língua portuguesa da Universidade Federal do Espírito Santo. Possui graduação em Língua Portuguesa e Literatura de Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Espírito Santo (1999), graduação em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (1993), mestrado em Letras: Estudos Literários pela Universidade Federal do Espírito Santo (2000) e doutorado em Letras: Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (2006). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira, Teoria Literária, Literatura Comparada, Outras Literaturas Vernáculas e Literaturas Estrangeiras Modernas.

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Publicado

2021-01-02

Como Citar

Dadalto, W., & Simão Padilha Trefzger, F. . (2021). A PERMANÊNCIA DO PASSADO E O SILENCIAMENTO DAS VÍTIMAS DO AUTORITARISMO EM A NOVA ORDEM, DE BERNARDO KUCINSKI. Miscelânea: Revista De Literatura E Vida Social, 28, 257–277. https://doi.org/10.5016/msc.v28i0.1635

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS/ORIGINAL ARTICLES

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