A GUERRA E SEUS FANTASMAS NA POÉTICA DE MIA COUTO

Abstract

A guerra é,  incontestavelmente, um dos mais significativos temas literários da história. No âmbito das literaturas africanas em língua portuguesa, não poderia ser diferente, em que pese os movimentos de independência e guerras civis que se seguiram constituírem uma ferida ainda recente nas ex-colônias portuguesas. No entanto, a escrita do moçambicano Mia Couto parece ser uma nota dissonante nessa partitura; não que o tema da guerra não seja onipresente, antes por ser tratado tangencialmente, com foco nas projeções dos conflitos no cotidiano das pessoas, locus onde o espectro da guerra pode permancecer para além do fim dos armistícios. O presente artigo tentou perscrutar nos romances do autor essa poética que trata a guerra de modo velado.