OS EPITEXTOS PRIVADOS NA OBRA DE ORLANDA AMARÍLIS
Palavras-chave:
Escrita Feminina, Crítica Genética, Manuscrito, Literatura Cabo-VerdianaResumo
O presente artigo visa dar a conhecer ao público uma pequena parcela do que pode ser encontrado no arquivo pessoal da escritora cabo-verdiana Orlanda Amarílis (1924-2014), tendo como foco principal um conto inédito intitulado “As Diatribes de Nha Formosinha”. Escrito na década de 1980, o conto tinha o propósito de integrar uma antologia organizada pela artista plástica portuguesa Graça Morais, cuja finalidade era reunir a literatura fantástica escrita por mulheres. Para uma compreensão mais abrangente da obra de Amarílis, traçamos o seu percurso literário, indicando as suas técnicas de composição bem como imposições e negativas editoriais. Seguimos à análise do conto indicado, relacionando-o às correspondências da escritora. Procuraremos expor o que Gerard Genette chama de “epitexto privado” ou a arqueologia dos manuscritos: os vestígios materiais deixados pelo escritor, seus “cacos e pedras talhadas”.