A ARQUIVISTA ARCONTE E O EXERCÍCIO DE NARRAR
UMA VIDA DESCORTINADA
DOI:
https://doi.org/10.5016/msc.v22i0.1095Palavras-chave:
Literatura, Memória, Tantos anos, Rachel de QueirozResumo
Neste artigo, analisamos o livro Tantos anos (1998), de Rachel de Queiroz e Maria Luíza de Queiroz. Trata-se de uma narrativa memorialística, a partir da qual as escritoras tecem importantes reflexões sobre os valores socioculturais que regiam a sociedade de seu tempo, permitindo-nos não apenas reconstruir os modos de vida da época, mas também refletir sobre a importância de obras dessa natureza para a (re)visão, a contrapelo da história, de valores historicamente constituídos. Interessa-nos mostrar como as irmãs Queiroz se utilizam da memória como forma de dar visibilidade ao passado, às representações sociais, e ao lugar da mulher. A análise aqui empreendida está amparada pelos referenciais teóricos da memória: Bosi (1979), Halbwachs (2006), Le Goff (1990), Zilberman (2010); e da escrita biográfica Derrida (2001), Lejeune (2008), Bernd (2013).